A administração anunciou hoje ter atribuído ao presidente executivo 1,485 milhões de libras (1,71 milhões de euros) em acções em reconhecimento pelo desempenho do grupo em 2012, mas impôs várias condições.
A principal é que só se concretizará "se for atingido um preço de acção de 73,6 pence (0,85 euros) durante um determinado período, ou se o Governo vender, pelo menos, 33% da sua participação a preços superiores a 61 pence (0,70 euros)".
A outra é que a atribuição do bónus foi deferida por um período de cinco anos, em vez dos habituais três anos, pelo que o valor só estará disponível em 2018.
O presidente do Conselho de Administração, Win Bischoff, contou hoje, numa conferência de imprensa, que Horta-Osório tinha sugerido ele próprio só receber quando fosse atingido o valor mais elevado, preço que o Governo pagou quando resgatou o banco, em 2008.
Porém, a UK Financial Investments, entidade oficial que controla a participação do Governo, determinou que a partir de 61 pence o Estado deixa de ter prejuízo.
Esta posição pesava, a meio da tarde de hoje, na desvalorização das acções do Lloyds em quase 7%, para 50,8 pence (0,59 euros).
"O nosso compromisso absoluto é pagar o dinheiro aos contribuintes", garantiu Horta-Osório, que se congratulou com os resultados deste ano, que apontam para uma subida de 309% do lucro subjacente, para 2,6 mil milhões de libras (três mil milhões de euros).
O banco britânico Lloyds, liderado pelo português Horta Osório, reduziu os prejuízos em 50% em 2012 em relação ao ano anterior, para os 1.343 milhões de libras (1.560 milhões de euros), apesar das indemnizações milionárias pela venda indevida de seguros.
Num comunicado, o banco, que foi parcialmente nacionalizado em 2008, adiantou que os prejuízos se deveram em grande parte às provisões que teve que efectuar para compensar os clientes aos quais vendeu de forma inadequada seguros de protecção e contra a volatilidade das taxas de juro.
António Horta-Osório, que entrou em funções em Março de 2011, tinha prescindido de bónus no ano passado após uma baixa médica de dois meses.
Em 2012, as acções do Lloyds, líder britânico na banca de retalho, valorizaram 85%, o melhor desempenho entre as empresas cotadas na Bolsa de Londres e no sector financeiro europeu.