Em audição na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas sobre a 'fuga' de armadores do Porto de Lisboa, Ana Paula Vitorino disse que "as empresas [Maersk e Hapag-Lloyd] transferiram as suas operações temporariamente".
"Só enquanto se mantiver o impedimento é que as rotas foram transferidas para Leixões e Sines", declarou a governante na audição requerida pelo PSD e CDS-PP, referindo que foi a garantia dada pelas empresas quando comunicaram a suspensão das escalas.
A ministra do Mar anunciou que na próxima segunda-feira vai reunir-se, em separado, com o Sindicato dos Estivadores e com os operadores do Porto de Lisboa para tentar que "volte a haver confiança negocial e que seja possível retomar as negociações" entre as duas partes, com vista a ultrapassar o conflito laboral.
Além de criticar a passividade do anterior executivo em relação ao problema laboral, a governante criticou que a presidente da Administração do Porto de Lisboa, Marina Ferreira, tenha sido "arredada do processo laboral pelos anteriores governos".
Desde que tomou posse, Ana Paula Vitorino mandatou a presidente do Porto de Lisboa para fazer uma ronda de reuniões com os operadores e com os representantes dos trabalhadores para tentar reatar as negociações, processo que sofreu um revés na sequência de um esclarecimento público publicado pelas associações dos operadores na imprensa, considerado insultuoso pelo Sindicato dos Estivadores.
Neste contexto, Ana Paula Vitorino decidiu liderar a tentativa para retomar as negociações - interrompidas em março - de um novo contrato coletivo de trabalho para o Porto de Lisboa.