Foi com desagrado que Joaquim Jorge recebeu a notícia que dava conta de que os maiores bancos portugueses (CGD, BES/Novo Banco, BCP e BPI) perderam 17 mil milhões de euros em cinco anos.
“É um forrobodó, em que se emprestava dinheiro à grande e à francesa. Uma vergonha, um escândalo e um crime de lesa-pátria. Não há volta a dar a este Portugal. Todos os dias há novas broncas, novos golpes e surripianços. Um país sem rei nem roque”, atira o fundador do Clube dos Pensadores.
Para Joaquim Jorge, tal repercute-se no “descontentamento com a política portuguesa” e leva muitos a pensar que “nada pode mudar sem haver uma forte rutura com o sistema político vigente”. “Os portugueses exigem respostas e culpados. Os políticos deveriam fazer auto-crítica e uma catarse séria como foi possível deixar os bancos chegarem a este estado”, considera.
É por isso que lança um apelo: “Portugal precisa de ser reformatado e fazer um reset. Acabar com os saltos no vazio e fugas para a frente, porque isso provoca sérios danos aos portugueses. Quando acontecem destas coisas, a política tem que ter soluções para estes problemas, não basta proclamá-los. Há que decidir como resolvê-los e evitá-los no futuro”.
Depois de conhecidos estes números, sustenta o fundador do Clube dos Pensadores, “é incompreensível que o novo conselho de administração da CGD passe de 14 para 19 elementos, como se as contas do banco público não fossem deficitárias e a situação do país aconselhasse este tipo de decisões".
"A promiscuidade entre política e finanças e a ausência de rigor vai obrigar à recapitalização da CGD. Não me venham de novo com o passa-culpas de uns para os outros em que os portugueses ficam a olhar uns para os outros incrédulos com tanta indulgência. Porventura, ainda vão chegar à conclusão que a culpa é dos clientes dos bancos e eles nem deram por isso", remata, em jeito de conclusão.