CGD: Centeno culpa anterior governo pelo desvio de 3 mil milhões
O ministro das Finanças responsabilizou hoje o anterior Governo PSD/CDS-PP pelo "desvio enormíssimo" no plano de negócios da Caixa Geral de Depósitos (CGD), que ultrapassou os 3.000 milhões de euros.
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Economia Finanças
"Há um desvio enormíssimo no plano de negócios que o Governo anterior geriu com a CGD, que atinge verbas superiores a 3.000 milhões de euros, e que tão diligentemente o Governo anterior acompanhou", acusou Mário Centeno.
O ministro das Finanças respondia a questões colocadas pelo deputado do PSD António Leitão Amaro na Comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, onde está a ser ouvido.
O deputado social-democrata trouxe ao debate a demissão da administração da CGD, liderada por José de Matos, que foi confirmada pelo Ministério das Finanças na terça-feira.
Os gestores demissionários ficam no banco público até serem substituídos por uma nova administração, o que deverá acontecer nos próximos 10 a 12 dias.
"A CGD necessita de tranquilidade. A CGD é um ativo importantíssimo para o sistema bancário português, é uma referência para o país, é um pilar da economia portuguesa e do desenvolvimento económico nacional", afirmou Mário Centeno.
Nesse sentido, o governante criticou as "cambalhotas ideológicas" dos partidos que apoiavam o anterior governo, considerando que o "atuar sem fazer nada não é a maneira certa de atuar".
"Nós faremos exatamente o contrário", disse, defendendo que a CGD precisa de um novo Conselho de Administração, "que está em preparação para tomar posse", de um novo modelo de governação e de um novo plano de negócios "que estão a ser preparados".
Durante a discussão, o deputado Leitão Amaro criticou ainda o Governo por aumentar o salário dos trabalhadores da CGD ao mesmo tempo de admitir que a reestruturação do banco público pode implicar a saída de 2.500 trabalhadores.
"No dia em que for publicado o decreto de lei [que permite esse aumento], o PSD apresentará um projeto de apreciação parlamentar para fazer cessar a vigência desse diploma que é inaceitável", disse.
O ministro voltou a considerar que a "saída limpa foi pequena", afirmando que hoje os portugueses sabem "exatamente" o que isso quer dizer: "Já todos percebemos também para debaixo de que tapete foi varrida a limpeza da dita saída".
"Mas os portugueses sabem também que estamos determinados na procura de uma solução que estabilize o sistema financeiro", disse.
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