Lúcia Leitão falava, na conferência Banking Summit, em Lisboa, sobre a digitalização da indústria bancária e a utilização de grandes volumes de dados dos clientes ('big data') e inteligência artificial. Em resultado, os bancos oferecem cada vez mais aos clientes produtos e serviços financeiros mais ajustados.
Já há também modelos de risco de crédito, que analisam a capacidade de determinado cliente pagar um empréstimo baseado nos dados deste, inclusivamente das suas interações nas redes sociais.
A diretora do BdP avisou que o caminho que a banca está a fazer pode levar a "excluir do sistema determinados segmentos" da população.
Em causa pode estar quer a falta de inclusão financeira digital de determinadas camadas da população quer a falta de interesse dos bancos em determinados clientes.
"O supervisor está atento e a refletir", disse.
Sobre a personalização dos produtos financeiros, Lúcia Leitão considerou que também pode ter alguns problemas, nomeadamente impedindo a comparação de preços, já que se um banco oferece um produto muito diferente do banco do lado torna-se muito difícil ao cliente avaliar o justo preço de cada um.
"Há um equilíbrio que é importante encontrar", considerou.
A responsável pela supervisão comportamental do BdP afirmou também que é necessário garantir que os canais digitais na banca garantem os mesmos direitos e a mesma segurança aos clientes bancários que os canais tradicionais, como a compra de produtos e serviços bancários em agências presenciais.