Afinal, o porquê de se ser canhoto não é aquele que a ciência pensava

O responsável pela preferência do lado esquerdo ao direito não é o cérebro, mas a medula espinal.

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Mariana Botelho
06/06/2018 11:00 ‧ 06/06/2018 por Mariana Botelho

Lifestyle

Comportamento

Ao longo dos anos, diversas foram as teorias apresentadas para justificar o porquê de cerca de 10% da população mundial ser canhota. Se há umas gerações atrás o ‘problema’ era visto como uma deficiência que devia ser contrariada, hoje sabe-se que é algo normal e comum. Mas a que se deve?

Nos anos 80, um estudo veio comprovar que a preferência pela mão direita ou esquerda era definida ainda antes de se nascer já que, a partir da 13º semana os bebés tendem a preferir chuchar no dedo de uma das mãos. A comprovar, análises às diferenças entre hemisférios norte e sul provam que é a diferença entre ambos os lados do cérebro que determinam se alguém é, ou não, canhoto.

Mas uma recente investigação vem dizer que não é bem assim. O motivo para que alguém seja canhoto e fuja ao comportamento mais comum, deve-se a um gene presente na medula espinal que recebe a informação enviada pelo cérebro, que ‘ordena’ determinado movimento à mão ou braço. Conforme a assimetria do gene presente na medula espinal, a informação enviada do gene à mão irá preferir a esquerda ou a direita.

Ora, a nova teoria justifica-se por, até às 15 semanas de gestação, ainda não haver completa conexão entre a medula espinal e o córtex motor (zona do cérebro que contribui para os movimentos humanos) ou seja, o feto já opta pelo lado direito ou esquerdo mesmo antes de o cérebro controlar os movimentos do corpo.

Quanto ao porquê de haver muito menos canhotos do que destros, um estudo publicado em 2012 já havia explicado que, embora tal se deva a fatores genéticos (que levam a que o gene na espinal medula seja mais ou menos assimétrico), o motivo porque há cada vez menos canhotos deve-se ao desenvolvimento humano que tente a ‘competir’ naturalmente para ser o mais semelhante possível aos demais. Ou seja, “quanto mais social o animal é, maior a tendência para a população caminhar toda no mesmo sentido”, explica o Science Alert.

Tal ideia é também sustentada pelo facto de as diferenças a nível cerebral (ou genético) nos canhotos e destros serem mínimas, o que leva a crer que poderá haver outros fatores que o influenciem, neste caso, fatores comportamentais e psicológicos.

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