Bastam milissegundos para uma pessoa fazer um julgamento sobre outra, olhando só para a sua face. Algumas vezes, a primeira impressão não é nada positiva. Mas que traços são esses que tornam uma pessoa "sinistra", "esquisita", "estranha" ou "assustadora"?
Em 2016, Francis McAndrew e Sara Koehnke, de Knox College, em Illinois, publicaram um estudo sobre o tema e chegaram à conclusão de que as pessoas ficam assustadas com alguém em resultado de "detetor de ameaça interno".
Os dois investigadores, com recurso a um universo de 1.341 participantes, chegaram a um conjunto de indicadores de uma pessoa "sinistra", sendo que os homens têm a maior probabilidade (95,3%) de serem percebidos como sinistros do que as mulheres.
Estes são os principais indicadores apontados pelos participantes: estar muito próximo de alguém; ter cabelo oleoso; ter um sorriso estranho; ter os olhos esbugalhados; ter dedos compridos; ter o cabelo desalinhado; ser muito pálido; ter olheiras; vestir de forma estranha; molhar os lábios com frequência; vestir roupa suja; rir de forma inesperada; controlar uma conversa de grupo.
Há, porém, outras características associadas a pessoas "estranhas": ser muito magro, não olhar nos olhos, pedir para tirar fotografias, etc.
De uma forma geral, de acordo com o estudo, todas estas perceções de estranheza derivam de três fatores essenciais: a pessoa causa uma sensação de medo ou ansiedade; a estranheza é vista como parte da personalidade do indivíduo, não só do seu comportamento; achamos que a pessoa pode ter um interesse sexual em nós.
"Embora possam não ser abertamente ameaçadores, os indivíduos que mostram padrões fora do comum de comportamento não verbal, respostas emocionais estranhas, ou características físicas muito distintivas são fora da norma, e por definição imprevisíveis. Isto activa o nosso 'detetor de estranheza' e aumenta a nossa vigilância", indicam os autores, citados pelo site Ideas.Ted.Com.
Por outras palavras, o facto de acharmos outra pessoa "sinistra" ou "assustadora" pode ser a nossa reação ao desconhecimento sobre a mesma, se devemos ter medo ou não.