Em 2005, durante um rotineiro jantar de família, cinco crianças tiveram que ser levadas rapidamente para o hospital mais próximo, por um alimento aparentemente inofensivo: esparguete. A questão é que o prato, porém, havia ficado cerca de três dias guardado no frigorífico, e acabou por ser contaminado pela bactéria Bacillus cereus, responsável por causar intoxicação alimentar em seres humanos. A bactéria, que é transmitida por meio de alimentos, gera sintomas como náuseas e vómitos e, em casos extremos, pode ocasionar a morte.
No caso das crianças desta família, todas ingeriram, num jantar de segunda-feira, uma quantidade espaguete que havia sido contaminada durante um piquenique – que ocorreu no sábado anterior. Três dos filhos foram diagnosticados com intoxicação alimentar, que foi tratada, outro filho sofria de insuficiência hepática e o mais novo não conseguiu sobreviver da doença repentina.
O germe, que se instala em qualquer alimento que esteja à temperatura ambiente, pode reproduzir-se ininterruptamente onde estiver. Ainda que intoxicações alimentares derivadas da bactéria sejam extremamente comuns, os casos que resultaram em morte foram pouco relatados até então. Em 2011, um estudante belga ingeriu massa com molho de tomate que havia sido cozinhado cinco dias antes, o que resultou em dores abdominais, diarreia, vómitos e, no fim do dia, o jovem de 20 anos viria a falecer.
Ainda que a bactéria não seja inteiramente má – algumas das suas partículas podem utilizadas para aprimorar a saúde de alguns animais, por possuírem micro-organismos benéficos -, em casos raros, é capaz de causar doenças graves e até morte em indivíduos que não possuem o sistema imunológico forte, como bebés, idosos e mulheres grávidas. O tratamento, porém, nem sempre é requisitado: como os sintomas são comuns, alguns indivíduos recuperam-se rapidamente – em algumas ocasiões, sem nem se darem conta de que contraíram a bactéria.
De acordo com Mathur e sua equipa, a melhor maneira de se prevenir contra a doença é manter uma boa higiene ao preparar comida, aquecer adequadamente os alimentos para estarem livres de contaminação e não deixar o alimento em questão exposto ao ar livre, por muito tempo, sem alguma proteção. A pesquisa de Mathur foi publicada no periódico científico Nature.