O próprio sistema imunitário pode ser a chave para matar todos os cancros

Cientistas descobriram a existência de uma parte do sistema imunitário que pode ser utilizada como ‘arma de arremesso’ para tratar todos os tipos de cancro.

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Liliana Lopes Monteiro
21/01/2020 10:19 ‧ 21/01/2020 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle

Revolução da ciência

Uma equipa de investigadores da Universidade de Cardiff, no País de Gales, no Reino Unido, descobriu um novo método para matar o cancro da próstata, da mama, do pulmão e outros tumores em ambiente de laboratório.

O estudo, publicado no periódico Nature Immunology, sublinha que apesar do método ainda não ter sido experimentado em humanos tem um “enorme potencial”.

O que os cientistas descobriram?

O nosso sistema imunitário é a defesa natural do corpo humano contra infeções, mas também é responsável por atacar as células cancerígenas, que podem potencialmente desenvolver-se no organismo.

Nesse sentido, os cientistas estavam um busca de métodos “pouco convencionais e inéditos” de como o sistema imunitário poderia atacar os tumores ainda mais eficazmente, quando se depararam com a presença de um novo tipo de célula-T na corrente sanguínea.

Trata-se de uma célula imune que é capaz de verificar com precisão se existem microorganismos ameaçadores no organismo que necessitam de ser eliminados. A diferença é que esta célula é capaz de atacar vários tipos de cancro.

“Há uma possibilidade que seja possível de tratar o cancro em todos os pacientes”, afirmou o investigador Andrew Sewell à BBC.

Acrescentando: "previamente ninguém acreditava que tal fosse possível. Todavia, esta descoberta levanta a possibilidade de um tipo de tratamento universal para qualquer cancro, uma única célula-T capaz de destruir diferentes tipos de tumor”.

Como funciona?

As céluas-T têm recetores à superfície que lhes permitem ‘enxergar’ a um nível químico.

A equipa de investigadores da Universidade de Cardiff apurou que a célula-T e o seu recetor são capazes de encontrar e matar vários tipos de células cancerígenas em laboratório, incluindo do pulmão, da pele, do sangue, cólon, da mama, dos ossos, da próstata, ovários, rins e vários tipos de cancro cervical. Sendo que o processo não causou quaisquer danos aos tecidos normais e saudáveis.

Esta célula-T em particular trabalha com um recetor que interage com a molécula MR1, que está presente na parte exterior de todas as células que compõem o corpo humano.

Os cientistas creem que o MR1 sinaliza o tipo de metabolismo distorcido que ocorre no interior das células cancerígenas dentro do sistema imunitário.

“Conseguimos pela primeira vez na história da ciência identificar uma célula-T que por sua vez trabalha com a molécula MR1 na sinalização de células tumorais. Apesar da descoberta estar ainda numa fase inicial, estamos ansiosos para começar a realizar testes em humanos”, concretizou o investigador Garry Dolton à BBC.

 

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