De acordo com os investigadores, o que aponta para essa capacidade nos cães é o seu rinário, a área nua ao redor das narinas do animal, que é húmida e mais fria do que a temperatura ambiente, e está repleta de nervos.
O estudo
Segundo a revista Galileu, uma equipa de cientistas das universidades de Lund e de Eötvös Loránd instruíram três cães domésticos treinados para que escolhessem entre dois objetos: um quente (a 31°C) e outro à temperatura ambiente, separados por uma distância de 1,6m.
Depois da experiência, os investigadores taparam os objetos para que estes não ficassem perceptíveis a olho nu. Mesmo sem conseguirem ver todos os animais conseguiram identificar os objetos que emitiam uma radiação térmica reduzida.
Posteriormente os académicos recorreram a imagens obtidas por exames de ressonância magnética de modo a conseguirem ver as respostas cerebrais de 13 cães de raças diferentes a objetos de radiação térmica neutra ou baixa. Os cientistas apuraram que o córtex somatossensorial esquerdo dos cães, a área que recupera as informações absorvidas pelo nariz, respondia melhor aos estímulos quentes. Já os objetos à temperatura normal não suscitaram a mesma reação dos animais.
Apesar de ainda não terem a certeza do que poderá estar por trás deste fenómeno, os cientistas creem que os cães podem ter herdado a habilidade de perceber o calor com as suas narinas através do seu ancestral conhecido por lobo-cinzento.
O estudo foi publicado no periódico científico Scientific Reports.