Covid-19: As mudanças que sobreviventes de AVC têm de fazer na sua vida

No âmbito do Dia Nacional do Doente com AVC, que se assinala no próximo dia 31 de março, a Portugal AVC – União de Sobreviventes, Familiares e Amigos, alerta para a atual situação em que vivem os sobreviventes de Acidente Vascular Cerebral (AVC), nomeadamente nesta fase em que foi decretado o estado de emergência em Portugal.

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Liliana Lopes Monteiro
24/03/2020 14:00 ‧ 24/03/2020 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle

Covid-19 e AVC

No âmbito do Dia Nacional do Doente com AVC, que se assinala no próximo dia 31 de março, a Portugal AVC – União de Sobreviventes, Familiares e Amigos, alerta para a atual situação em que vivem os sobreviventes de Acidente Vascular Cerebral (AVC), nomeadamente nesta fase em que foi decretado o estado de emergência em Portugal.

Face à situação excecional que se vive e ao aumento de casos registados de contágio de COVID-19, bem como à aplicação de medidas extraordinárias para prevenir a transmissão do vírus, é verdade que a pandemia implica uma medicina de catástrofe. Mas não se pode desleixar a principal causa de morte e de incapacidade em Portugal.

Os sobreviventes de AVC demonstram uma forte preocupação com a interrupção prolongada das terapias (fisioterapia, terapia ocupacional, terapia da fala, entre outras) para a generalidade deles, que em muitos dos casos terá consequências não reversíveis, o que quer dizer condenar a uma maior degradação da funcionalidade e da qualidade de vida.

Por outro lado, a grande dificuldade em manter uma atividade física regular, e o ainda maior isolamento a que estão expostos os sobreviventes de AVC, podem criar ou agravar complicações, antes de mais do foro psicológico.

“Sabemos que os aspetos focados podem ser, para os sobreviventes de AVC, o equivalente a falta de medicamentos noutras patologias. Desta forma, a sua privação é particularmente significativa”, explica António Conceição, presidente da associação. “É urgente que estratégias alternativas sejam ponderadas para o sobrevivente de AVC. Apelamos às autoridades de saúde para que as limitações sejam apenas as essenciais no atual quadro”, acrescenta.

A Portugal AVC chama também a atenção para a importância da Via Verde, quando ocorre o AVC. “É essencial que se mantenha plenamente funcionante, pelo seu enorme impacto na recuperação da funcionalidade e na diminuição da mortalidade. E que a população saiba que, mesmo no período de exceção que vivemos, deve de imediato ligar para o 112, quando acontece”, diz ainda o presidente da associação.

O Acidente Vascular Cerebral, com cerca de 25 mil episódios de internamento por ano, é a maior causa de incapacidade no nosso país, atingindo todas as idades e géneros. Entre as múltiplas sequelas possíveis estão as físicas e motoras (mais visíveis), mas também as consequências na capacidade de comunicação, no campo cognitivo, psicológico, de visão, entre outros.

A Portugal AVC tem divulgado na sua página do Facebook (@PT.AVC) e no site várias formas de os sobreviventes de AVC aproveitarem todas as oportunidades para fazerem exercício, e adotarem hábitos de uma vida o mais possível ativa, sem sair de casa.

Assinalando o Dia Nacional do Doente com AVC, a associação pretende também demonstrar que há vida após o AVC. Sendo essencial que, cada vez mais, se olhe para o sobrevivente, e se favoreça uma maior e melhor integração familiar, social e profissional.

 

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