Uma defesa importante na luta contra a Covid-19 é a formação de anticorpos neutralizantes. Estes podem eliminar os intrusos e têm grande potencial para serem utilizados na prevenção e tratamento da infeção por SARS-CoV-2.
Assim, uma equipa de investigadores, liderada pelo Centro Alemão de Pesquisa de Infeções, além de analisarem como os anticorpos neutralizantes contra o Sars-CoV-2 se desenvolvem no corpo, isolaram-nos. Juntamente com a Boehringer Ingelheim, os investigadores estão atualmente a caracterizar e a desenvolver ainda mais esses anticorpos. Espera-se que estes entrem em estágio de desenvolvimento clínico ainda este ano. Os resultados foram publicados esta terça-feira, 7 de julho, na revista Cell.
"O nosso objetivo é entender melhor a resposta imune ao SARS-CoV-2 e identificar anticorpos altamente potentes que possam ser usados para prevenir e tratar a Covid-19", explicou o professor Florian Klein, diretor do Instituto de Virologia do Hospital Universitário de Colónia Hospital e investigador no Centro Alemão de Pesquisa de Infeções, citado pela Science Daily. "Assumimos que esses anticorpos são eficazes durante várias semanas e podem proteger contra a Covid-19 durante esse período", acrescentou o Dr. Christoph Kreer, que conduziu o trabalho em conjunto com o Dr. Matthias Zehner, em Colónia.
Para chegar aqui, a equipa avaliou o sistema imunitário de doze pessoas que tiveram Covid-19 e recuperaram. De acordo com o estudo, mais de 4 mil tipos de células presentes no organismo dos voluntários foram analisadas, o que permitiu à equipa reconstituir 255 anticorpos em laboratório, dos quais 28 se mostraram capazes de neutralizar o vírus.
"Curiosamente, muitos anticorpos mostraram apenas um pequeno número de mutações. Isso significa que apenas pequenas alterações foram necessárias para reconhecer e neutralizar efetivamente o vírus", diz o Dr. Zehner. De facto, em amostras de sangue recolhidas antes da pandemia, os cientistas descobriram células B com características de anticorpos semelhantes às dos anticorpos neutralizantes de SARS-CoV-2. Isso pode sugerir que os anticorpos SARS-CoV-2 possam ser facilmente formados e que uma vacina ativa possa fornecer proteção rápida.