Morte de bebés negros decresce em 50% quando tratados por médicos negros

Um estudo norte-americano baseou-se no levantamento e análise de índices de sobrevivência e mortalidade de bebés recém-nascidos durante um período de 23 anos.

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Liliana Lopes Monteiro
23/09/2020 15:00 ‧ 23/09/2020 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle

Estudo

O estudo recente e inédito já é considerado pela comunidade médica e científica como mais uma evidência de que é fundamental e urgente a diversidade na medicina. 

Publicada pela National Academy of Sciences, e reportada num artigo na revista Galileu, a pesquisa aponta que, nos Estados Unidos, os recém-nascidos negros apresentam uma probabilidade significativamente mais elevada de sobreviverem se forem atendidos por médicos da mesma raça.

Segundo o estudo, os bebés negros morrem três vezes mais, comparativamente aos bebés brancos quando são internados.

Contudo, refere a Galileu, quando são examinados por médicos negros, a taxa de mortalidade decresce pela metade. Entretanto, nos bebés caucasianos não foi detetada qualquer disparidade de mortandade associada à raça do médico responsável.

Equipas de investigadores das universidades de Minnesota, Harvard e George Mason analisaram durante 23 anos, de 1992 a 2015, 1,8 milhão de nascimentos hospitalares no estado da Flórida, identificando a raça do médico à frente de cada parto. 

"Trata-se da primeira evidência do efeito da concordância racial entre médico e paciente na diferença de mortalidade entre negros e brancos. À medida que procuramos fechar lacunas raciais persistentes para a questão do nascimento, esta descoberta é bastante importante", explica Rachel Hardeman, co-autora da pesquisa, e professora especializada em saúde pública e equidade racial da Universidade de Minnesota.

Tendo em conta os dados apurados, os investigadores salientam a necessidade de aumento da diversidade entre os profissionais de saúde.

Se por um lado, nos Estados Unidos aproximadamente 13% da população é negra, somente 5% dos médicos são da mesma raça, de acordo com a Associação de Faculdades de Medicina Americana.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), revela que neste momento nos EUA, bebés negros de idade inferior a um ano morrem duas vezes mais do que bebés caucasianos, hispânicos ou asiáticos. 

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