As consequências oculares da diabetes correspondem a 2,6% dos casos de cegueira a nível mundial, sendo que 3 milhões de pessoas têm deficiências visuais devido a desenvolverem retinopatia diabética.
A retinopatia diabética é uma manifestação ocular da diabetes que afeta os vasos sanguíneos da retina, o tecido ocular responsável pela captação e envio das imagens para o cérebro. Geralmente é bilateral e caso não seja diagnosticada e tratada atempadamente, pode conduzir à perda de visão e até mesmo à cegueira.
Uma das principais causas da retinopatia diabética está associada ao tempo de duração da diabetes e à falta de controlo dos níveis de glicemia no sangue.
Por vezes, os sintomas desta complicação podem surgir numa fase tardia, o que pode levar a um diagnóstico e tratamento tardio. Ainda assim, existem alguns sintomas comuns como miodesópsias ou pontos flutuantes, visão desfocada, diminuição da acuidade visual e perda de campo visual parcial ou total.
Raúl Sousa© DR
No entanto, numa fase inicial o tratamento pode passar pelo controlo dos níveis de glicose no sangue evitando a progressão da doença. Nos casos mais avançados de retinopatia diabética, o tratamento pode ser realizado com recurso à fotocoagulação por laser ou antiangiogénicos.
Para evitar este flagelo é recomendável adotar algumas estratégias como seguir todas as recomendações do seu médico de família, consultar frequentemente um optometrista, ter aconselhamento nutricional e fazer uma alimentação saudável, praticar atividade física, não fumar, controlar os níveis de glicemia no sangue, a tensão arterial e o colesterol.
O acompanhamento de um optometrista é fundamental, pois este desempenha um papel importante na educação e incentivo às mudanças no estilo de vida, prevenindo e rastreando a retinopatia diabética.
O Optometrista é um profissional central nos cuidados para a saúde da visão, segundo a Organização Mundial da Saúde. O seu âmbito de prática não se limita ao diagnóstico, prescrição, terapêutica e reabilitação da condição visual. Também desempenha um papel de relevo na investigação e inovação científica, para a implementação de prática clínica baseada em evidência científica.