Hipertensão e diabetes aumentam risco de danos no cérebro por Covid-19

Novo estudo correlaciona ambas as patologias a risco mais elevado de danos neurológicos provocados pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da doença da Covid-19.

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Notícias ao Minuto
19/11/2020 09:26 ‧ 19/11/2020 por Notícias ao Minuto

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Coronavírus

A investigação que irá ser apresentada no encontro anual da Sociedade de Radiologia da América do Norte, entre os dias 29 de novembro e 5 de dezembro, revela que certas patologias podem elevar perigosamente a probabilidade de incidência de danos cerebrais, consequentes da Covid-19. Sendo que, de acordo com os investigadores, a hipertensão e diabetes destacam-se como as principais ameaças, revela um artigo publicado na prestigiada revista Galileu.

Apesar de inicialmente o novo coronavírus atacar as células pulmonares, posteriormente os seus efeitos nocivos podem propagar-se para outros órgãos.

"Embora as complicações no cérebro sejam raras, são uma consequência cada vez mais relatada e potencialmente devastadora da infecção por Covid-19", diz num comunicado Colbey W. Freeman, principal autor do estudo e residente-chefe do Departamento de Radiologia da Escola de Medicina da Pensilvânia, nos Estados Unidos. 

Freeman e uma equipa de cientistas analisaram doentes infetados pelo SARS-CoV-2 que realizaram exames neurológicos de janeiro a abril de 2020. Entre os 1.357 indivíduos avaliados, 81 apresentavam um estado mental alterado e défices neurológicos focais, incluindo problemas de visão e em falar. 

Entretanto, explica a Galileu, desses 81 indivíduos voluntários, 18 registaram problemas críticos, como derrames, hemorragias e vasos sanguíneos bloqueados.

Segundo os investigadores, pelo menos metade dos doentes tinha um historial de hipertensão e/ou diabetes tipo 2 e dois terços eram afro-descendentes. Dos indivíduos analisados, três morreram enquanto estavam internados.

"A Covid-19 está associada a manifestações neurológicas. Hipertensão e diabetes tipo 2 são comuns em indivíduos que desenvolvem essas manifestações", conta Freeman.

"Essas populações podem estar em maior risco de complicações neurológicas e devem ser monitorizadas de perto", acrescenta.

Os mecanismos precisos relativos aos danos neurológicos do novo coronavírus ainda não são totalmente compreendidos, podendo abranger múltiplos fatores. Ainda assim, a principal teoria sugere que inflamação inerente à infecção seja a causa primária. No decorrer da pesquisa, os marcadores sanguíneos de inflamação permaneceram elevados em indivíduos com deterioração neurológica. 

"Quando o corpo está num estado inflamatório, produz todas essas moléculas chamadas citocinas para ajudar a recrutar o sistema imunológico e desempenhar sua função", disse Freeman.

"Infelizmente, se as citocinas são superproduzidas, a resposta imunológica começa a causar danos", concluiu o líder do estudo.

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