De acordo com uma nova pesquisa norte-americana divulgada no iScience, o leite materno de pacientes que recuperaram da Covid-19 contém anticorpos contra a patologia, reporta um artigo publicado na revista Galileu.
Investigadores da Escola de Medicina Icahn em Monte Sinai, nos Estados Unidos, examinaram amostras de oito doadoras que tinham sido infetadas pelo novo coronavírus, e de sete com suspeita da infeção.
Os cientistas pretendiam assim identificar a presença de anticorpos IgA, que são comummente encontrados em secreções do organismo.
Das 15 amostras analisadas, explica a revista Galileu, 80% mostraram uma forte resposta de IgA contra o SARS-CoV-2. Mais ainda, 67% continham anticorpos IgG (presentes em maior quantidade no corpo) e IgM (formam-se como consequência da resposta primária a um patógeno). Sendo que essas moléculas de defesa associam-se diretamente à proteína spike do novo coronavírus para combater a infeção.
"No geral, esses dados indicam que uma resposta robusta de sIgA-dominante [anticorpo IgA normalmente encontrado em muco] ao SARS-CoV-2 Ab no leite humano após a infeção deve ser esperada numa maioria significativa de indivíduos", apontaram os autores do estudo.
Contudo, o trabalho científico tem algumas limitações, isto porque nem todas as voluntárias foram submetidas a um exame do tipo PCR, de modo que não pode ser declarado com absoluta certeza que tiveram Covid-19. Daí ser imperativa a realização de mais pesquisas.
Adicionalmente, ainda é preciso verificar se os anticorpos fornecidos pelo leite materno podem de facto proteger os bebés da Covid.
Os cientistas referiram: "a resposta imune SARS-CoV-2 no leite humano ainda não foi examinada, embora proteger bebés e crianças pequenas de Covid-19 seja fundamental para limitar a transmissão na comunidade e prevenir doenças graves e morte".