A nossa capacidade de reconhecer rostos é severamente prejudicada pelas máscaras, e essa percepção diminuída está a afetar as interações sociais com outras pessoas. Estas são as conclusões de um novo estudo, publicadas esta segunda-feira no Scientific Reports.
Para chegar a estes resultados, investigadores da Universidade Ben-Gurion do Negev, em Israel, e da Universidade York, no Canadá, utilizaram uma versão adaptada do Cambridge Face Memory Test - um modelo padrão para avaliar a perceção facial. O teste foi conduzido online num grupo de quase 500 pessoas e incluiu rostos com e sem máscara.
No geral, os voluntários foram 15% menos bem-sucedidos na identificação das pessoas que usavam máscara. Estes resultados podem "levar a muitos erros no reconhecimento correto de indivíduos que conhecemos ou, por outro lado, reconhecer acidentalmente rostos de pessoas desconhecidas como alguém que conhecemos", afirmou Galia Avidan, uma das cientistas, citada pela Galileu.
A acrescentar, os cientistas também descobriram que as máscaras interferem especificamente no reconhecimento de rostos como um todo, de maneira que o processo fica mais demorado. "Em vez de olhar para o rosto inteiro, somos agora forçados a olhar para os olhos, nariz, bochechas e outros elementos visíveis separadamente para construir uma percepção facial inteira do rosto", escreveram no estudo.
Tudo isto pode ter efeitos significativos nas atividades do dia a dia e nas interações sociais.