De acordo com médicos e especialistas contrair simultaneamente duas estirpes distintas do novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da doença da Covid-19, pode levar também ao aparecimento de novas variantes, resistentes às vacinas e com maior facilidade de transmissão, reporta um artigo publicado no jornal britânico The Sun.
Perante a crescente preocupação das novas variantes que estão a surgir globalmente, os médicos dizem ter descoberto um fenómeno preocupante que consiste na coinfeção por coronavírus.
Duas pessoas na casa dos 30 anos terão testado positivo para duas estirpes brasileiras denominadas P.1 e P.2.
Os pacientes foram infetados no final de novembro de 2020 com a variante P.2 do coronavírus identificada no Rio de Janeiro.
Surpreendentemente, ambos testaram simultaneamente positivo para a P.1, a variante do vírus que se desenvolveu separadamente em Manaus, fenómeno que foi confirmado através da realização de testes laboratoriais.
Os pacientes experienciaram sintomas moderados, tosse seca persistente num caso, e dor de garganta e de cabeça no outro. Porém, nenhum dos dois terá necessitado de internamento hospitalar.
O médico Fernando Spilki, virologista na Universidade Feevale, no Rio Grande do Sul, e uma equipa de investigadores proeminentes, afirmaram que a probabilidade da infeção dupla ocorrer aumenta quando circula uma grande quantidade de vírus diferentes.
Os casos de estudo reportados por Spilki e os seus colegas suscitam preocupações entre os cientistas quanto ao facto da coinfeção poder acelerar o desenvolvimento de novas mutações e, por conseguinte, de novas variantes do coronavírus.
"Estas coinfeções podem gerar combinações e gerar novas variantes ainda mais rapidamente do que está atualmente a acontecer", comentou Spilki, segundo a Reuters.
"Podemos estar perante outra via evolutiva para a propagação do vírus".
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