Chef português na Alemanha cria produtos gourmet durante pandemia
De diferentes pimentas a vários tipos de sal, Luís Dias, chef português a viver na Alemanha há quase duas décadas, aproveitou a obrigatoriedade do encerramento do seu restaurante, em Colónia, para criar uma linha de produtos gourmet.
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Lifestyle Luís Dias
Era "um sonho antigo" adiado consecutivamente por causa das obrigações profissionais. Mas quando Luís Dias se viu obrigado a fechar o seu restaurante por causa da pandemia de covid-19, apenas dez dias depois da inauguração, decidiu usar o tempo para desenvolver os seus próprios produtos alimentares.
"Naquele momento pensei - o que vou fazer agora? (...) Ninguém sabia o que ia acontecer", partilhou o português, vencedor de uma estrela Michelin em 2004, e considerado, durante vários anos, o melhor cozinheiro de comida italiana na região onde vive.
Luís Dias deixou Portugal para trabalhar na restauração. Começou por fazer pizzas porque "foi o que apareceu". Em 2010 abriu o seu primeiro restaurante, que posteriormente vendeu. Agora já vai no quarto, e garante que agora "vai ficar por aqui". Pouco habituado a estar parado, decidiu temperar os dias de confinamento e começou com cinco produtos.
"Agora já temos 22, e queremos chegar aos 32 ou 34", contou à agência lusa, descrevendo os ingredientes que usa para criar diferentes tipos de sal, pimenta, açúcar para diabéticos, e até gin.
"Um cozinheiro precisa sempre de trabalhar com produtos bons. Eu gostava de criar condimentos que, com pouca quantidade, conseguissem o melhor sabor", sublinhou.
Os produtos, que podem para já ser encomendados online ou comprados diretamente no restaurante e em vários talhos de Colónia, também vão passar a estar à venda em alguns supermercados alemães da cadeia "Rewe", uma das mais importantes da Alemanha, e em lojas de produtos gourmet.
"Tenho a ajuda de uma amiga com a parte do marketing. O resto, fiz sozinho. Dediquei o meu tempo a inventar receitas, misturar os produtos. Tinha o restaurante fechado, sem saber o que fazer. Baixar os braços não é comigo", contou o chef português.
"Eu crio a ideia, depois vou a um laboratório, e, com a minha receita, eles fazem a mistura. Depois vou controlar se é aquilo que eu queria, acrescento ou retiro, até chegar ao resultado desejado. Demora algum tempo", adiantou, com originalidade "qb" e umas pitadas de paciência.
Os produtos vão desde os 6 aos 13 euros e a qualidade superior "está assegurada".
"O restaurante reabriu em maio e, até novembro, dei a conhecer os meus produtos aos clientes. Entrei em contacto com fornecedores, cadeias de supermercado, lojas de produtos alimentares. Mas não é fácil entrar neste mercado porque há muita oferta, existem muitos produtos nesta área, por isso tem mesmo de ser bom, com 100% de qualidade", admitiu.
Mas o sabor do sonho concretizado podia ainda ser melhor, confessa Luís Dias, admitindo que "entrar no mercado português" seria a cereja no topo do bolo.
Por agora, o chef e proprietário do restaurante "Luís Dias" faz take-away ao jantar e cozinha online através das plataformas virtuais "instagram" e "twitch".
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