Embora não seja possível prever com exatidão a forma como alguém irá responder a uma vacina contra o coronavírus, profissionais de saúde identificaram alguns padrões com base na idade, sexo, estado de saúde e dose administrada.
Segundo um artigo da Business Insider, ensaios clínicos sugerem que os efeitos secundários são geralmente mais pronunciados entre mulheres e adultos jovens, especialmente após a segunda dose.
De acordo com o mesmo artigo, o efeito secundário mais comum das vacinas da Pfizer (84%), Moderna (92%) e Johnson & Johnson (49%) é a dor ou inchaço no local da injeção. Outros efeitos comuns incluem fadiga, dor de cabeça e dores no corpo ou nos músculos.
As diferenças entre as doses
Os efeitos entre pessoas que não tiveram Covid e as anteriormente infetadas variam. Para os primeiros, os efeitos tendem a ser mais numerosos e graves após a segunda dose. Participantes no estudo da Pfizer desenvolveram cerca de duas vezes mais calafrios e dores nas articulações após a segunda dose do que após a primeira. No caso da Moderna, o número sobe para cinco vezes mais. As febres também foram muito mais comuns entre os que receberam a segunda dose do que entre os que receberam a primeira dose em ambos os ensaios.
Aqueles que haviam sido infetados pelo SARS-CoV-2 desenvolveram mais efeitos secundários após a primeira dose. Efeitos como a fadiga, dores de cabeça e calafrios são mais comuns entre pessoas com imunidade pré-existente ao coronavírus do que em pessoas que nunca estiveram infetadas. Cerca de 73 por cento dos recuperados desenvolveram efeitos secundários após a primeira dose da Pfizer ou Moderna, em comparação com 66 por cento que nunca estiveram infetados. Isto acontece porque as células têm memória e o corpo está preparado para responder de forma mais robusta.
Adultos mais jovens podem ter mais efeitos do que as pessoas mais velhas
Os corpos das pessoas mais velhas não lutam tanto contra o vírus. Os indivíduos mais jovens têm uma resposta imunológica muito mais vigorosa, o que resulta em maiores efeitos secundários. Após uma dose da Moderna, 57% das pessoas com menos de 65 anos desenvolveram efeitos colaterais, em comparação com 48% das pessoas com mais de 65 anos. Após a segunda dose, quase 82 por cento das pessoas no grupo mais jovem desenvolveram efeitos, em comparação com quase 72 por cento dos adultos mais velhos.
No caso da Pfizer, cerca de 47% das pessoas com idades entre 18 e 55 anos desenvolveram fadiga após a primeira dose, enquanto 34% das pessoas com 56 anos ou mais relataram o mesmo efeito. Após a segunda dose, os números aumentaram para 59%e 51%, respetivamente. Após a vacina de dose única da Johnson & Johnson, quase 62% das pessoas com idades entre 18 e 59 anos desenvolveram efeitos, em comparação com 45% das pessoas com 60 anos ou mais.
As mulheres sofrem mais efeitos secundários das vacinas
O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA afirma que cerca de 79% dos casos de efeitos secundários da vacina relatados vieram de mulheres. As mulheres também tendem a reagir mais a outras vacinas, como a da gripe ou sarampo. Estes efeitos são ainda mais pronunciados em mulheres na pré-menopausa.
Os cientistas suspeitam que a diferença tenha a ver com os níveis de estrogénio, já que este, ao contrário da testosterona, tende a ser um estimulante imunológico.
Condições médicas de risco não levam a efeitos colaterais mais fortes
Como explica a Buisiness Insider, é possível que pessoas com o sistema imunitário enfraquecido, como pacientes com cancro, não desenvolvam uma forte resposta imunológica à vacina. E essa resposta determina os seus efeitos secundários.
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