Há muito que a comunidade médica e científica provou que elementos genéticos são significativos quando se trata da possibilidade de sofrer de depressão e, agora, investigadores do do Departamento de Assuntos de Veteranos dos Estados Unidos (VA) elaboraram um estudo, divulgado na Nature Neuroscience, que identifica novas variantes genéticas que aumentam o risco de desenvolver o transtorno, conforme explica um artigo publicado na revista Galileu.
Naquela que foi a maior pesquisa genómica jamais realizada sobre a depressão, foram analisados mais de 300 mil genomas de voluntários do Million Veteran Program e mais 1 milhão de dados provenientes de outros biobancos, nomeadamente o UK Biobank, FinnGen e 23andMe.
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Através do estudo de associação genómica ampla (GWAS), os investigadores compararam os códigos genéticos de modo a discernir quais variantes nos genes os indivíduos com a doença tendem a ser portadores.
Os dados apurados, indica a Galileu, mostraram que 178 partes do genoma estão relacionadas a um risco mais exacerbado de depressão. Denominadas de loci, 77 jamais haviam sido identificadas até ao momento.
Adicionalmente, os cientistas detetaram, nesses 178 pontos, 223 polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs), que consistem em variações particulares numa base (nucleotídeo) de um gene.
De acordo com o investigador Joel Gelernter, da Escola de Medicina da Universidade Yale, nos EUA, num comunicado emitido à imprensa: "tal permite-nos utilizar as informações para identificar drogas que já estão aprovadas para outras indicações e podem ser aproveitadas para o tratamento da depressão".
De salientar que as análises revelaram que determinados fatores de risco da depressão são igualmente válidos para transtornos de ansiedade e de stress pós-traumático.
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