São definidos como tumores de cabeça e pescoço todos os tumores com origem nas superfícies da cavidade oral, faringe, laringe, seios perinasais bem como os tumores das glândulas salivares.
Quais as regiões da cabeça e pescoço mais afetadas?
A região afetada em maior percentagem, mais de 40%, é a cavidade oral, seguindo-se a laringe, nasofaringe, metástases de outros tumores e as glândulas salivares.
Os tumores da pele da face, pescoço e couro cabeludo, juntamente com os tumores da tiroide, são também muito frequentes nesta região. Os tumores intracranianos não entram nesta área de classificação, estando destinados à especialidade de Neurocirurgia.
Professor Raúl Duarte© DR
Quais são os fatores de risco?
Afetando na sua maioria pessoas acima dos 40 anos, e 2 a 4 vezes mais homens do que mulheres, a origem dos tumores da cabeça e pescoço têm como principais fatores de risco o consumo de tabaco e álcool, especialmente nocivos em conjunto.
No entanto, nos últimos anos tem-se assistido a um aumento preocupante de tumores da orofaringe relacionados com o Papilomavirus Humano (HPV), especialmente em pessoas mais jovens e sem os outros fatores de risco habituais.
A que devemos estar atentos?
Existem alguns sinais e sintomas que devem despertar a atenção e que, quando persistentes por mais de duas semanas, devem justificar uma observação por um médico especialista em cancro de cabeça e pescoço, como um cirurgião Maxilofacial ou um Otorrinolaringologista. Deve-se, assim, estar atento a qualquer alteração da coloração, volume, mancha ou úlcera da boca ou da língua que persista por mais de duas semanas; dor de garganta e/ou rouquidão persistente; tumefação - 'caroço' - persistente no pescoço ou na face; alterações na pele da face ou do pescoço.
De que forma o diagnóstico precoce motiva o sucesso do tratamento?
Quanto mais cedo for efetuado o diagnóstico, melhor será o resultado terapêutico .
Habitualmente o especialista, para além de uma observação cuidada e uma história clínica exaustiva socorre-se de várias técnicas de diagnóstico, como análises de sangue, métodos de imagem - como radiografias, TAC ou Ressonância Magnética, esta última especialmente importante para o estudo destas lesões. A biópsia da lesão determina o diagnóstico e é imprescindível para o adequado tratamento. Para além do cirurgião oncológico, o doente é avaliado e discutido em conjunto por um grupo multidisciplinar de vários médicos, especialistas em Oncologia Médica, Radiologia, e Radioncologia. Desta equipa fazem, igualmente, parte terapeutas da fala, psicólogos e nutricionistas, para o necessário apoio das suas valências. A decisão terapêutica personalizada a cada caso é finalmente instituída pelo grupo, podendo passar pela Cirurgia, Quimioterapia, Radioterapia ou uma combinação de todas. Contudo, lembre-se, sempre, que a eficácia do tratamento está muito relacionada com um diagnóstico precoce, sendo esse um dos principais fatores determinantes do sucesso.
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