As autoridades de saúde britânicas acreditam que uma alteração genética de uma estirpe de adenovírus, geralmente associado a constipações, pode estar na origem da onda de hepatite aguda que está a afetar crianças, sobretudo até aos seis anos, na Europa e nos Estados Unidos da América. Meera Chand, que lidera o departamento de infecciologia da UK Health Security Agency, o equivalente à Direção-Geral da Saúde no Reino Unido, crê que a estirpe do adenovírus denominada F41 é a causa mais provável destes 'misteriosos' casos de hepatite.
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças marcou uma reunião de emergência para esta quarta-feira. Segundo os especialistas, o vírus terá sido detetado em, pelo menos, 75% dos casos reportados, sobretudo depois da eliminação das restrições associadas à pandemia de Covid-19.
Os dados disponíveis até ao momento mostram que há perto de 200 casos em vários países, sendo que em 10% é necessário fazer transplante de fígado. Regista-se ainda um óbito.
A rede portuguesa de hospitais CUF descreve a hepatite como uma inflamação do fígado "que pode ter diversas causas, sendo as mais comuns os vírus. "Quando ocorre, o fígado não consegue desempenhar as suas funções e as lesões nele causadas podem evoluir para cirrose ou cancro. Uma vez que existem vários tipos, a sua gravidade é muito variável." Dentro das hepatites contraídas por bactérias ou vírus, existem seis tipos diferentes de vírus: A, B, C, D, E e G.
Segundo o SNS 24, quando ocorrem sintomas, os mais comuns são fadiga, perda de apetite, náuseas, vómitos, diarreia, urina escura, fezes claras, dores abdominais e coloração amarela da pele e dos olhos (icterícia).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que têm sido registados sintomas gastrointestinais, como dor abdominal, diarreia e vómito, icterícia e níveis elevados das enzimas do fígado. A maioria dos pacientes não apresentou febre.
A OMS acrescenta que esta forma de hepatite não é provocada por nenhum dos vírus conhecidos como causadores da doença, seja ela do tipo A, B, C, D ou E.
Leia Também: Tem dúvidas sobre hepatite? Sete perguntas e respostas