Uma quarta dose da vacina contra a Covid-19 confere um nível de proteção superior à infeção provocada pelo coronavírus em pessoas entre os 50 e os 80 anos, segundo um estudo encomendado pelo governo do Reino Unido, publicado na revista científica Lancet Infectious Diseases.
Os investigadores testaram os imunizantes da Pfizer e da Moderna em 160 pessoas desta faixa etária e descobriu que o reforço aumenta em até sete vezes a quantidade de células T e em 2,2 vezes os anticorpos. No estudo, referem que não foram encontrados sinais que indiquem que a proteção das vacinas diminui a cada dose extra.
Por outro lado, acrescentam que os indivíduos que já tinham altos níveis altos de anticorpos e células T antes de receber a quarta dose só apresentaram um pequeno aumento da imunidade com a vacina.
"Sabíamos que era importante disponibilizar a quarta dose para os mais vulneráveis no começo do ano. Este novo estudo mostra que essa decisão foi correta e dá confiança às pessoas de que o reforço é seguro e mais eficaz do que a terceira dose" afirma o professor Andrew Ustianowski, do Instituto Nacional para a Saúde e Pesquisa do Reino Unido, uma das responsáveis pelo estudo.
Apesar dos resultados, os cientistas estão reticentes sobre a vacinação de reforço dos mais jovens, uma vez que estes são menos propensos a casos graves.
Entretanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) defendeu na terça-feira, dia 10 de maio, que a quarta dose contra a Covid-19 deve ser administrada apenas em idosos ou pessoas com o sistema imunitário fragilizado, reiterando como prioritária a vacinação primária a nível global. "Não há dados específicos que justifiquem recomendar a quarta dose de forma mais generalizada", disse a cientista chefe da OMS, Soumya Swaminathan, numa conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia no mundo.
Leia Também: Covid-19. Quarta dose da vacina apenas para idosos e imunodeprimidos