Demonstrar falta de sensibilidade e frieza, fazer piadas inapropriadas e apatia podem ser sintomas precoces de demência frontotemporal (DTF), afirma o neuropsicólogo Henk Swanepoel, da Cygnet Health Care, em declarações ao jornal Daily Express. Trata-se de uma condição rara e que não afeta primeiramente a memória, mas sim a linguagem, comportamentos e função motora, como ocorreu com o ator Bruce Willis, de 67 anos, a quem foi recentemente diagnosticada DTF.
"Os primeiros sinais de demência frontotemporal podem resultar em alterações de personalidade que podem manifestar-se através de frieza e insensibilidade", diz, explicando que, muitas vezes, os doentes "atribuem a culpa dos seus comportamentos aos outros". Isto ocorre porque a demência pode "causar uma falta de noção ou de consciência social". "Muitas vezes, um doente com demência dá por si a fazer piadas inapropriadas e a demonstrar falta de tato, mas também podem tornar-se retraídos", acrescenta Henk Swanepoel.
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A DFT pode afetar homens e mulheres. Habitualmente, tem início entre os 40 e os 65 anos, de acordo com a associação Alzheimer Portugal. "Cerca de 50% das pessoas com DFT têm história familiar da doença" e "aqueles que a herdam parecem ter uma mutação no gene da proteína tau, no cromossoma 17, o que leva à produção de uma proteína tau alterada".
A esperança média de vida é de seis a 12 anos. "A morte ocorre, normalmente, devido a uma infeção." Para já, ainda não existe cura ou tratamento disponível para a DFT. Ainda assim, sintomas secundários, como depressão, podem ser aliviados por medicação.
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Recorde-se que demência é um termo genérico utilizado para designar um conjunto de doenças, como o Alzheimer - segundo a rede de saúde CUF, representa cerca de dois terços de todos os casos - que se caracterizam por alterações cognitivas que podem estar associadas a perda de memória, alterações da linguagem e desorientação no tempo ou no espaço.
A Organização Mundial da Saúde estima que existam 47.5 milhões de pessoas com demência em todo o mundo e prevê que este número possa chegar aos 75.6 milhões em 2030 e quase triplicar em 2050, para 135.5 milhões.
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