Sim, leu bem. Investigadores descobriram que ao fritar certos alimentos desencadeia a libertação de poluentes capazes de afetar os pulmões e, consequentemente, aumentar o risco de problemas sérios como cancro.
Para chegarem a esta conclusão, cientistas da Universidade da British Columbia, nos Estados Unidos, analisaram as emissões, assim como os produtos químicos produzidos ao cozinhar refeições comuns, como panquecas, couves-de-bruxelas e uma mistura de vegetais, utilizando uma frigideira.
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Mediram a quantidade de poluentes produzidos, captando "o fumo e as emissões libertadas utilizando um instrumento chamado impinger, um pequeno frasco destinado a recolher substâncias químicas transportadas pelo ar", explicam os investigadores, citados no DailyMail.
Quando analisaram as emissões, os cientistas descobriram que fritar certos alimentos produzia aerossóis de carbono, mas também pequenas partículas ou gotículas líquidas no ar, conhecidas como BrCOA. Depois, a equipa expôs os aerossóis à iluminação típica das casas e à luz natural do sol.
Graças a isto concluíram que todas as refeições libertavam a mesma quantidade de aerossóis de carbono e, subsequentemente, produziam um composto nocivo chamado 'oxigénio singlete' quando expostos à luz. Trata-se de "um composto altamente reativo que pode causar danos nos pulmões e contribuir para o desenvolvimento de cancro, diabetes e doenças cardíacas", tal como demonstraram estudos anteriores.
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Concluíram ainda que apesar de todas as refeições produzirem 'oxigénio singlete' aproximadamente na mesma concentração, as quantidades mais elevadas foram detetadas quando os fumos foram expostos à luz solar, ou seja, "as cozinhas com luz solar natural a entrar pelas janelas podem ter a maior quantidade de compostos no ar". Este tipo de oxigénio pode permanecer no ar muito tempo depois.
Para além de tudo isto, o estudo, disponibilizado na Environmental Science: Atmospheres, concluiu que "a quantidade de 'oxigénio singlete' produzida estava presente a níveis semelhantes aos da poluição ambiental medida no exterior, mas poderia ser mais perigosa no interior, por se tratar de um espaço confinado com menos ventilação".
Agora, "os nossos próximos passos incluem determinar de que forma este oxidante pode afetar os seres humanos e qual a quantidade que respiramos quando cozinhamos", explica Nadine Borduas-Dedekind, a líder do estudo, citada no meio de comunicação.
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