"Pela 1.ª vez na história, pessoas podem esperar viver muitos mais anos"
A frase é de Andreia Monteiro, especialista em imunohemoterapia, medicina preventiva e medicina estética, da Clínica Pilares da Saúde, que assina este artigo.
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Lifestyle Longevidade
Pela primeira vez na história, a maioria das pessoas pode esperar viver muitos mais anos. Vidas mais longas correspondem a uma das nossas conquistas coletivas mais notáveis. Elas refletem avanços no desenvolvimento social e económico bem como na saúde, nomeadamente no sucesso em lidar com a mortalidade infantil, com a mortalidade materna e, mais recentemente, com a mortalidade das pessoas idosas. O envelhecimento global é, assim, marcado por três dinâmicas demográficas fundamentais: baixos níveis de fecundidade e mortalidade, e elevada esperança média de vida. Se o século XX foi marcado pelo crescimento populacional, o século XXI deverá ficar marcado pelo envelhecimento global da população.
A longevidade é um recurso desejado por todos, o que faz pensar sobre a forma como vivemos e a forma como envelhecemos. Uma pessoa com 60 anos no início da década do Envelhecimento Saudável (2020-2030) poderia esperar viver, em média, por mais 22 anos. No entanto, há uma grande iniquidade quanto à longevidade de acordo com os extratos sociais e económicos.
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Em 2020, o número de pessoas com 60 anos ou mais ultrapassou primeira vez na história o número de crianças abaixo de cinco anos. Em 2050, pessoas com 60 anos ou mais ultrapassarão o número de adolescentes e jovens com idade entre 15 e 24 anos e em países desenvolvidos, o aumento será de 310 milhões para 427 milhões de pessoas com mais de 60 anos.
Andreia Monteiro, especialista em imunohemoterapia, medicina preventiva e medicina estética© Clínica Pilares da Saúde
Na maior parte dos países, a proporção de pessoas idosas na população aumentará de uma pessoa idosa em cada seis pessoas em 2030 e de uma para cada cinco em 2050. Mulheres tendem a viver mais do que homens e entre 2020 e 2025, a expetativa de vida ao nascer das mulheres excederá a dos homens em três anos.
O cenário em Portugal…
A classificação demográfica de uma população, como jovem ou envelhecida, depende da proporção de pessoas nas faixas etárias extremas. Em Portugal, considera-se pessoa idosa, a pessoa com 65 ou mais anos de idade.
Portugal, assim como outros países da Europa, tem vindo a registar nas últimas décadas profundas transformações demográficas caracterizadas, entre outros aspetos, pelo aumento da longevidade e da população idosa e pela redução da natalidade e da população jovem. Atualmente, Portugal é o segundo país da união europeia com maior índice de envelhecimento, apenas ultrapassado pela Itália, sendo que em 2015 ocupávamos o quarto lugar.
Em 2015, as pessoas com 65 ou mais anos representavam 20,5% de toda a população residente em Portugal, a esperança média de vida era de 77,4 anos para homens e 83,2 anos para as mulheres e em 2021 a esperança média de vida subiu para 78.1 anos para os homens e 83.5 para as mulheres. O índice de envelhecimento em Portugal passou de 27,5% em 1961 para 183.5% em 2022.
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Entre 2018 e 2080, de acordo com o cenário central de projeção:
- Portugal perderá população, dos atuais 10,3 para 8,2 milhões de pessoas;
- O número de jovens diminuirá de 1,4 para cerca de 1,0 milhões;
- O número de idosos (65 e mais anos) passará de 2,2 para 3,0 milhões;
- O índice de envelhecimento em Portugal quase duplicará, passando de 159 para 300 idosos por cada 100 jovens;
- A região mais envelhecida em 2080 será a Região Autónoma da Madeira, com este índice a atingir os 429 idosos por cada 100 jovens, e a região menos envelhecida será o Algarve, com um índice de 204;
- A população em idade ativa (15 a 64 anos) diminuirá de 6,6 para 4,2 milhões de pessoas;
- O índice de sustentabilidade potencial poderá diminuir de forma acentuada, face ao decréscimo da população em idade ativa, a par do aumento da população idosa. Este índice passará de 259 para 138 pessoas em idade ativa, por cada 100 idosos;
- Relativamente à morbilidade, as mulheres em Portugal vivem mais tempo, mas em pior estado de saúde.
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