Numa altura em que tanto se fala da diabetes tipo 2, consequência dos maus hábitos alimentares e de um estilo de vida saudável, surge um estudo que dá conta de que a esperança média de vida das pessoas com diabetes tipo 1 é 12 anos menor do que a da população que não padece da doença.
Mas antes de o levarmos ao estudo, há que entender a diferença entre os dois tipos de diabetes. Segundo o site da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP), a diabetes tipo 1, também denominada como Diabetes Insulino-Dependente “é mais rara (a sua forma juvenil não chega a 10% do total) e atinge na maioria das vezes crianças ou jovens, podendo também aparecer em adultos e até em idosos”.
Na diabetes do tipo 1, explica o organismo, “as células ‘b’ do pâncreas deixam de produzir insulina pois existe uma destruição maciça destas células produtoras de insulina”. E as causas da diabetes tipo 1 não são, ainda, plenamente conhecidas, embora a ciência já tenha detatado que é o próprio organismo da pessoa doente que “ataca e destrói as células ‘b’”.
Já a diabetes tipo 2 – a mais comum de todas as formas de diabetes – “tem como principais fatores de risco a obesidade, o sedentarismo e a predisposição genética”, sendo que a existência da doença deve-se a “um défice de insulina e resistência à insulina”, que faz com que seja “necessária uma maior quantidade de insulina para a mesma quantidade de glicose no sangue”.
Diabetes tipo 1 e a esperança média de vida menor
Um conjunto de investigações realizadas em todo o mundo revelou, esta semana, que a esperança média de vida dos pacientes com diabetes do tipo 1 é menor do que a da população geral… mas os resultados são os mais positivos até hoje alcançados.
Segundo um estudo do Instituto Baker IDI para o Coração e Diabetes (na Austrália), a esperança média de vida dos pacientes com diabetes do tipo 1 é d 68,8 anos, menos 12,2 anos do que as pessoas que não têm a doença.
Depois de analisarem os pacientes entre 1997 e 2010, os investigadores australianos notaram ainda que o tempo de vida é menor nas mulheres do que nos homens: menos 12,5 e 11,6 anos, respetivamente.
Também a Universidade de Gotemburgo, na Suécia, analisou o tempo de vida das pessoas com diabetes do tipo 1 e concluiu que a taxa de mortalidade mudou entre 2002 e 2011. No caso dos homens, a expectativa de vida passou de 47,7 para 49,7 anos. Contudo, se nos homens se verificou uma esperança média de vida dois anos maior, no caso das mulheres, a subida foi apenas de dois meses: de 51,7 para 51,9 anos.
As conclusões das duas investigações foram publicadas na revista Diabetolgia.