Não há prova mais clara de que os intestinos são o nosso segundo cérebro do que as idas inconstantes à casa de banho perante períodos de maior stress e/ou ansiedade. Se para algumas pessoas estar com os nervos à flor da pele é sinónimo de dificuldades em defecar (à boleia de uma prisão de ventre), para outras é o mesmo que fazer várias correrias até à casa de banho por culpa de uma diarreia.
À revista Self, a especialista em Gastroenterologia Kyle Staller explica que o nosso sistema gastrointestinal "tem vários nervos" - estando ligado ao cérebro por ramificações - e que possui um sistema nervoso muito próprio e "parecido com o cérebro", o que faz com que os intestinos consigam influenciar o cérebro e vice versa.
Embora a prisão de ventre associada ao stress seja real, a verdade é que a diarreia é a consequência mais comum, porém, explica o especialista Brian Krish, o stress apenas vai agravar ainda mais o problema intestinal que seja mais comum na pessoa.
Mas, qual é mesmo o papel do stress nesta ligação? Na verdade, são dois. Comecemos pelo lado mais físico e que não é controlado pela pessoa: os espasmos.
De acordo com o médico Ashkan Farhadi, este estado emocional - levado a cabo por um aumento da produção de cortisol, a hormona do stress - reduz o fluxo sanguíneo em determinadas partes do corpo e causa espasmos que ora contraem o cólon e causam diarreia, ora se centram numa única parte do intestino e causam prisão de ventre.
Contudo, a forma como a pessoa age perante episódios de stress é também um dos denominadores comuns desta ligação entre cérebro e intestinos. Na prática, explica Farhadi, as escolhas alimentares quando se está stressado (que raramente são as melhores, mas que estimulam os intestinos, como o chocolate) promovem um agravamento não só do stress, como dos espasmos que causam diarreia ou obstipação.