Num comunicado, o porta-voz do Exército nigeriano, Texas Chukwuma, indica que os agora libertados tinham sido capturados pelo Boko Haram com o objetivo de integrarem as fileiras do movimento extremista.
A operação de resgate contou com a colaboração da força militar multinacional formada em 2015 e que integra, além da Nigéria, efetivos do Benim, Chade, Camarões e Níger, cujas missões de combate à milícia extremista islâmica decorrem próximo do lago Chade.
Os sequestros perpetrados pelo Boko Haram são frequentes na região, sobretudo de adolescentes, maioritariamente raparigas, usadas para casamentos forçados e como escravas sexuais, mas também como combatentes que são regularmente utilizados em ataques suicidas.
Segundo divulgou em abril passado o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Boko Haram sequestrou, desde 2013, mais de 1.000 crianças no nordeste da Nigéria.
O maior sequestro conhecido do grupo islâmico extremista ocorreu em abril de 2014, quando raptou mais de 200 estudantes, na quase totalidade raparigas, de um colégio em Chibok, no Estado de Borno.
Mais de uma centena delas foi, entretanto, libertada, desconhecendo-se ainda o paradeiro das restantes.
A 19 de fevereiro deste ano, o Boko Haram conseguiu novo sequestro em Dapchi, no estado vizinho de Yobe, onde capturou 113 estudantes de uma escola secundária, embora o Exército tenha recuperado 112, estando uma única ainda em cativeiro.
Boko Haram, que significa "a educação não islâmica é pecado", luta para impor um Estado de cariz islâmico na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristã no sul.
Segundo a ONU, desde o início da insurgência do Boko Haram, em 2009, morreram mais de 20 mil pessoas, enquanto cerca de 1,6 milhões de outras foram obrigadas a abandonar as zonas de residência. Por outro lado, cerca de 4,7 milhões de pessoas necessitam da ajuda alimentar de emergência.