Grupos de gangs sicilianos foram acusados de estar envolvidos num golpe para cometer fraude contra seguradoras. A ideia era simples: Escolhiam alvos como toxicodependentes, alcoólicos e sem-abrigo e prometiam-lhes 30% das indemnizações a que teriam direito se mutilassem um dos membros.
Os investigadores italianos detiveram hoje 11 pessoas por suspeita de envolvimento nos crimes, nomeadamente uma enfermeira que obtinha medicamentos para os feridos.
Segundo um porta-voz da polícia, Rodolfo Ruperti, citado pela Sky News, os criminosos recrutavam as pessoas na estação de comboio de Palermo e que as mutilações eram feitas com "particular crueldade". "Atiravam discos de ferro como aqueles que são usados no ginásio aos membros das vítimas", revelou.
Os membros dos gangs, que operavam separadamente, esmagavam os ossos das vítimas para encenar acidentes de carro e exigir posteriormente as indemnizações, que segundo as autoridades podiam ser tão altas como 150 mil euros, dependendo da extensão dos ferimentos.
Os visados, podiam escolher o membro atingido, e era-lhes prometido 30% do pagamento, no entanto acabavam por receber apenas 50 ou 100 euros, em alguns casos nem chegavam a receber nada.
As vítimas eram postas em estradas perto de veículos danificados em zonas exteriores da cidade e testemunhas falsas eram pagas para dar declarações falsas aos serviços de emergência. Como resultado vários ficavam a usar muletas ou em cadeiras de rodas. Segundo meios de comunicação locais cerca de 70 pessoas ficaram com ossos esmagados durante o golpe.
O alerta surgiu em janeiro deste ano quando uma das vítimas, um homem tunisino, acabou por morrer acidentalmente, ao sofrer um ataque cardíaco depois de ser mutilado. Apesar da morte, o esquema continuou, depositaram o corpo à beira da estrada e ativaram o seguro.
Os investigadores estão agora a tentar determinar se a máfia siciliana está envolvida.