Ashwaq Haji tinha apenas 14 anos quando os membros do autoproclamado Estado Islâmico invadiram a sua aldeia, no norte do Iraque, levando várias mulheres e raparigas.
A jovem era membro da comunidade yazidi, uma comunidade particularmente perseguida pelos jihadistas do Daesh.
Durante quase um ano, foi escrava sexual de um homem que a comprou ao Estado Islâmico.
Quando conseguiu fugir, a jovem reencontrou nova oportunidade na Alemanha, ao abrigo de um programa de integração de mulheres e jovens yazidi vítimas de abusou. Mas, já na Alemanha, em Baden-Württemberg, reencontrou o homem que a violou e bateu repetidas vezes.
"Fugi do Iraque para não ver aquela cara feia e esquecer tudo o que me lembrava dele, mas fiquei chocada por vê-lo na Alemanha", contou a jovem ao InfoMigrants, um site que resulta de uma parceria entre o Le Monde, o DW e a ANSA. Foi em 2016. Mas esta não foi a única vez que Ashwaq Haji reencontrou o seu agressor.
Já em fevereiro deste ano, acusa a jovem, voltou a encontrá-lo. E o agressor dirigiu-se mesmo a ela, tratando-a pelo nome. A jovem ao início negou ser quem era, enquanto o agressor se identificava pelo seu nome, Abu Humam.
"Congelei", admite a jovem sobre o momento em que reencontrou o agressor.
Ashwaq Haji deu conta do seu caso às autoridades mas estas ainda não tinham provas para lá do testemunho da jovem sobre o que sofreu no passado.
Entretanto, a jovem, que é também a principal testemunha, optou por abandonar a Alemanha. "Se não o tivesse visto, teria ficado na Alemanha. Queria completar os meus estudos para ter um curso para ter uma vida decente". O choque e o receio de ter reencontrado o agressor levaram-na a deixar o país, realça o USA Today.