Sabia que há um Nobel para direitos humanos, agricultura e agronomia?

Três ativistas dos direitos humanos, um agricultor e um engenheiro agrónomo foram hoje distinguidos com o prémio Right Livelihood 2018, conhecido como 'Nobel Alternativo', pelo seu trabalho "em prol da responsabilidade, da democracia e da regeneração de terra improdutiva".

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Lusa
24/09/2018 08:45 ‧ 24/09/2018 por Lusa

Mundo

Right Livelihood 201

Os nomes dos vencedores dos três prémios de um milhão de coroas suecas cada (cerca de 96 mil euros) - os ativistas sauditas dos direitos humanos e civis Abdullah al-Hamid, Mohammad Fahad al-Qahtani e Waleed Abu al-Khair, o agricultor burquinense Yacouba Sawadogo e o engenheiro agrónomo australiano Tony Rinaudo -- foram anunciados em Estocolmo pela fundação que os atribui, a Right Livelihood Prize Foundation.

"O trabalho pioneiro dos laureados (...) dá-nos uma enorme esperança e merece a maior atenção do mundo. Numa época de declínio ambiental alarmante e de fraca liderança política, eles mostram o caminho em direção a um futuro muito diferente", declarou o diretor-executivo da fundação, Ole von Uexkull.

Os ativistas sauditas, que partilharão o prémio e se encontram os três na prisão, foram distinguidos "pelos seus esforços visionários e corajosos, norteados pelos princípios universais dos direitos humanos, para reformar o sistema político totalitarista da Arábia Saudita", indicou o júri, em comunicado.

Em 2013, Al-Hamid e Al-Qahtani foram condenados a 11 e 10 anos de prisão, respetivamente, por "incitarem à desordem ao convocarem manifestações" e "criarem uma organização ilegal".

Al-Khair foi condenado a 15 anos de prisão em 2014, por "desobedecer ao governante" e "causar danos à reputação do Estado ao comunicar com organizações internacionais".

Yacouba Sawadogo, o agricultor do Burkina Faso, mereceu o prémio "por transformar terra estéril e demonstrar como os agricultores podem regenerar o seu solo usando de forma inovadora os conhecimentos locais".

O engenheiro agrónomo australiano Tony Rinaudo deve o galardão ao facto de "demonstrar, numa grande escala, como a terra seca pode tornar-se fértil a um custo mínimo, melhorando a qualidade de vida de milhões de pessoas".

"Os prémios em dinheiro destinam-se a apoiar o trabalho bem-sucedido dos laureados, não são para uso pessoal", refere a Fundação Right Livelihood (Modo de Vida Correto, em tradução livre).

O júri internacional, que escolheu os vencedores deste ano de entre 107 nomeações de 50 países, atribuiu ainda um prémio honorário, aos ativistas anticorrupção Thelma Aldana, da Guatemala, e Iván Velásquez, da Colômbia, "pelo seu trabalho inovador na exposição de abusos de poder e perseguição judicial da corrupção, assim reconstruindo a confiança das pessoas nas instituições públicas".

A cerimónia de entrega dos galardões realiza-se a 23 de novembro em Estocolmo e será seguida de eventos públicos e encontros ao mais alto nível em Genebra, Zurique e Berlim, indica ainda o comunicado.

Os prémios Right Livelihood foram criados em 1980 para "honrar e apoiar homens e mulheres que oferecem respostas práticas e exemplares aos desafios mais urgentes e atuais".

 

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