Brasil: Bolsonaro e Haddad na 2.ª volta, tudo ou nada decide-se no dia 28

As eleições presidenciais no Brasil realizaram-se este domingo. Os resultados já são oficiais: Jair Bolsonaro e Fernando Haddad são os dois candidatos que disputarão a segunda volta, que se realizará no dia 28 de outubro.

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Anabela de Sousa Dantas
08/10/2018 07:10 ‧ 08/10/2018 por Anabela de Sousa Dantas

Mundo

Presidenciais

Jair Bolsonaro (PSL) saiu desta primeira volta das eleições presidenciais com mais de 49 milhões de votos, 46,03% da preferência eleitoral, uma confortável vantagem sobre o segundo candidato mais votado, Fernando Haddad (PT), que conseguiu 29,28%.

Inicialmente, com 50% dos votos apurados à boca de urna, Bolsonaro estava a um triz da maioria absoluta na primeira volta, com 49% do votos, mas esta vantagem acabou por se diluir à medida que se foram contabilizando os resultados do nordeste brasileiro, onde nove estados deram vantagem a Haddad (Pará, Maranhão, Piauí, Baía, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte) e um a Ciro Gomes (Ceará).

Ciro Gomes (PDT) foi o terceiro candidato mais votado, com 12,47%, seguido por Geraldo Alckmin (PSDB), com 4,76%.

As surpresas, por razões diferentes, foram João Amoêdo (NOVO), que conseguiu uns honrosos 2,5% (quinto lugar) com um partido recém-criado e sem participar em nenhum debate, e Marina Silva (REDE), que, na sua terceira corrida presidencial, se ficou pelos 1% (oitavo lugar). A candidata ambientalista, que conseguiu mais de 22 milhões de votos nas últimas eleições presidenciais, em 2014, foi a desilusão da noite, reunindo pouco mais de 1 milhão de votos. O voto útil explica, em parte, o fraco resultado, mas não deixou de surpreender.

Bolsonaro, o polémico candidado de extrema-direita, e Haddad, o ‘petista’ indicado por Lula da Silva, seguem assim para uma nova eleição, de segundo turno, que se realiza a 28 de outubro.

A vantagem de Bolsonaro, embora larga, não é decisiva. Sublinhe-se que, para a segunda volta, seguem os dois candidatos com maior taxa de rejeição. Bolsonaro, que esteve sempre em primeiro nas intenções de voto, era também o líder da taxa de rejeição (43%), ou seja, os votos de quem não quer Bolsonaro como presidente deverão migrar para o seu opositor, Haddad.

Fernando Haddad, porém, na qualidade de ‘herdeiro’ de Lula da Silva, é também um candidato que muitos eleitores querem evitar, sendo por isso o segundo com maior taxa de rejeição. Estes dados complicam as previsões para dia 28 de outubro, mas deixam a certeza de que, qualquer que seja o resultado, a polarização manter-se-á.

Por cá, o candidato da extrema-direita venceu, na primeira volta, no Porto com 57,6% dos votos.

Em Faro, Bolsonaro também ganhou segundo dados divulgado pelo representante consular responsável pelo ato eleitoral. "Quase 60% dos votos, mais concretamente 59,80%, em Faro, foram para o candidato Jair Bolsonaro", disse à Lusa na noite de domingo o representante diplomático responsável pelo ato eleitoral.

Não são ainda conhecidos os dados relativos a Lisboa.

De referir ainda que um em cada cinco brasileiros não votou na primeira volta das eleições presidenciais, isto apesar de o voto ser obrigatório no país, informou, entretanto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ao todo, 29,9 milhões de brasileiros não comparecerem às urnas para eleger um novo Presidente, o que resultou numa taxa de abstenção de 20,3%, a mais elevada desde as eleições de 2002.

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  • Sede do Partido do Trabalhador (PT) chegou a temer o pior mas já pode festejar.

  • Jair Bolsonaro (PSL) com 46,04% e Fernando Haddad (PT) com 29,27% na primeiras sondagens da Ibope à boca de urna, numa altura em que estão apurados 99% dos votos. A vantagem para o candidato de extrema-direita, que nos resultados parciais tinha 49% dos votos, diminuiu à medida que foram sendo contabilizados os votos do nordeste brasileiro, tendencialmente de esquerda, levando a eleição presidencial a uma segunda volta. Ciro Gomes (PDT) surge em terceiro lugar com 12,47% dos votos. É possível seguir o evoluir da contagem aqui.
  • De acordo com a Sputnik News, a maioria dos eleitores brasileiros em Lisboa terão votado em Jair Bolsonaro (56,1% dos votos válidos). Em segundo lugar terá ficado Ciro Gomes (PDT), com 16,9%, e em terceiro Fernando Haddad (PT), com 13,4%. A mesma publicação indica que Lisboa "é a sétima cidade do exterior a concentrar o maior número de brasileiros aptos a votar: são 21.195". A taxa de abstenção, porém, terá sido de 65,1%.

Jair Bolsonaro venceu também nos consulados do Brasil no Porto e em Faro, segundo informações recolhidas pela Lusa.

  • Ronaldinho Gaúcho reiterou este domingo o seu apoio a Jair Bolsonaro, impulsionando um agradecimento do candidato.  

  • As urnas de voto encerram às 17h00 (21h em Lisboa) de cada fuso horário. A maior parte das urnas já estão encerradas. As últimas urnas eletrónicas a fechar serão no estado do Acre, um dos estados com fuso horário diferente (encerram às 23h00 de Lisboa).
  • Mais de 130 pessoas foram este domingo detidas por suspeita de cometerem crimes eleitorais, de acordo com o anunciado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A polícia federal acrescentou que foram registadas 901 ocorrências eleitorais, que compreendem crimes de boca de urna, uso ilegal de identidade, transporte ilegal de eleitores e compra de votos.

    A imprensa local dá o exemplo do caso de um indígena que foi detido na posse de 70 cartões de eleitor, pois queria votar por todos os membros da sua aldeia.

  • Os jornais brasileiros já adiantam os resultados de alguns locais de voto fora do Brasil. Ciro Gomes venceu em França com 31,1% dos votos, seguido por Fernando Haddad (25,8%) e Jair Bolsonaro (25,1%). Na Suíça venceu o candidato de extrema-direita, Bolsonaro, com 48% dos votos, segundo informações do consulado suíço ao Estadão.
  • Os filhos do candidato Jair Bolsonaro (PSL) pedem aos eleitores que filmem ou fotografem o momento do seu voto, incluindo o seu nome completo, para que se possa fazer uma contagem à margem da eleição e, assim, comparar resultados.

    Eduardo e Flavio Bolsonaro faziam eco de alegados problemas que os eleitores estariam a encontrar ao registar os seus votos. 

    Flavio Bolsonaro, que havia publicado um vídeo exemplificativo, acabou por apagar a sua publicação pouco depois de a ter feito. Sublinhe-se que a reprodução do boletim de voto, via vídeo ou fotografia, é considerado violação do sigilo de voto e, portanto, crime. 

    Notícias ao MinutoTweet feito por Flavio Bolsonaro que foi, entretanto, apagado.© Twitter

  • Expectativa, festa e apreensão entre brasileiros que votam em Lisboa. Por outro lado, a votação na capital portuguesa ficou também marcada por algum foco de tensão entre votantes, com tentativas de intimidação por parte de apoiantes de Bolsonaro.
  • A taxa de rejeição é, precisamente, um dado muito importante nestas eleições. Muitos votos serão registados não por causa do candidato mas para derrotar o seu opositor. Numa análise da taxa de rejeição, Bolsonaro oscilou dos 42% para 43%, e Haddad, passou de 37% para 36%. 

    Atrás deles, a maior rejeição é a de Marina Silva, com 22%, seguindo-se Alckmin com 16% e Ciro com 15%.

  • Os dois candidatos cujas sondagens mais favorecem são Bolsonaro e Fernando Haddad, do Partido do Trabalhador (PT). O petista tem 25% das preferências de voto, mas uma pesada herança, Luiz Inácio Lula da Silva. Sendo apoiado pelo ex-presidente, que se encontra detido, Haddad é um candidato rejeitado logo à partida pelos opositores do partido.

  • Há uma cisão enorme no país que pode ser atribuída ao candidato melhor posicionado nas sondagens, Jair Bolsonaro. O candidato de extrema-direita do Partido Social Liberal (PSL) reuniu fervorosas opiniões contra si e contra a sua candidatura, tanto na rua (manifestações de 29 de setembro), como online (‘ele não’). Porém, nas últimas sondagens, divulgadas este domingo pelo Instituto Ibope, Bolsonaro tinha 41% das intenções de voto dos brasileiros.

  • Os principais candidatos desta corrida presidencial são: Jair Bolsonaro (PSL), Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (REDE), Geraldo Alckmin (PSDB), João Amoêdo (NOVO) E Henrique Meirelles (MDB).

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Foram sete os principais candidatos que este domingo foram a votos, entre 13 nomes, para escolher o próximo presidente do Brasil. Cerca de 147 milhões de brasileiros estavam aptos para votar, naquela que foi a primeira volta das presidenciais. A segunda volta realizar-se-á a 28 de outubro.

Sublinhe-se que este domingo realizaram-se as eleições presidenciais, mas também para o parlamento (513 membros da Câmara dos Deputados e 54 dos 81 membros do Senado) e para representantes de governos regionais, marcando uma das maiores (e mais tensas) eleições da história do Brasil democrático.

As urnas de voto foram abertas pelas 8h00 (12h00 em Lisboa) e encerraram às 17h00 (21h00 em Lisboa). As últimas urnas eletrónicas a fechar foram no Estado do Acre, altura em que eram 23h00 em Lisboa.

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