Segundo fonte judicial, o Ministério Público de Paris abriu uma investigação para identificar a origem da divulgação desta informação.
"Um memorando do DSPAP (Departamento de Segurança e Proximidade com a Aglomeração) relativo ao dispositivo foi divulgado na internet. Trata-se de uma nota técnica que foi amplamente distribuída", referiu.
Segundo a mesma fonte, esta nota refere-se "apenas a parte do dispositivo, sobretudo ao das equipas mais ligeiras e mais móveis".
"Isso foi tido em conta na elaboração do dispositivo", continuou.
Os "coletes amarelos" voltaram hoje a sair às ruas em Paris, numa ação que levou as autoridades francesas a adotarem múltiplas medidas preventivas, designadamente o reforço policial nas ruas, que envolve o desdobramento de mais de 90 mil agentes.
Sem organização formal e sem terem feito o pedido formal de manifestação, o protesto dos "coletes amarelos" em Paris é imprevisível.
Até agora, cerca de 350 pessoas foram identificadas e mais de uma centena de pessoas foram detidas. Os manifestantes continuam a forçar o contacto com a polícia, com os contingentes a manterem a máximo distância possível.
Todas as lojas e restaurantes dos Campos Elísios e das imediações estão fechados e, tal como nos fins de semana passados, os transportes em várias zonas da cidade estão afetados com estações metro e de comboios fechadas durante todo o dia.
Uma delegação de representantes, incluindo figuras como Benjamin Cauchy e Jacline Mouraud, reuniu sexta-feira com o primeiro-ministro Édouard Philippe, para tentar encontrar soluções para um impasse negocial que se arrasta há quatro semanas, mas esse gesto não foi acompanhado pela desmobilização da ação de protesto, que começou por ser contra os aumentos dos combustíveis.
A delegação de representantes do movimento coletes amarelos tinha feito ao longo da semana vários apelos para que uma quarta manifestação não ocorresse hoje em Paris, para evitar novos distúrbios e confrontos com a polícia.
Para prevenir a o efeito de nova manifestação, das ruas do centro de Paris, foi retirado quase todo o mobiliário urbano, com receio de que possa ser usado como armas pelos milhares de manifestantes que hoje tomarão de assalto a zona dos Campos Elísios.