Instabilidade de terreno obriga a mudar de planos para chegar até Yulen
Dos planos em andamento há um que ganhou prioridade. Luta-se contra o relógio, dia e noite dentro, para chegar até Yulen.
© Reprodução Twitter/Emergencias 112
Mundo Málaga
A 73 metros abaixo do solo há uma bolsa de ar no poço onde o pequeno Yulen caiu no passado domingo na serra de Totalán, Málaga, Espanha.
As autoridades espanholas presumem que Yulen estará ali - e apesar de ainda não ter havido sinais de vida, há quem mantenha a esperança de que seja possível respirar ali. Mas para chegar até lá, há ainda uma barreira, de areia e pequenas rochas.
Os mais de 100 operacionais no terreno têm trabalhado em três plano alternativos em simultâneo.
Um desses planos passava por entubar o buraco de prospeção onde a criança de dois anos e meio caiu. Depois, procurou-se sugar parte dos detritos da passagem. Mas a tarefa não é fácil, obrigando à máxima cautela para agravar eventuais derrocadas que dificultem o objetivo. E a morosidade do processo obrigou a dar maior atenção às alternativas.
Ao mesmo tempo, foi escavado um túnel lateral, que permitisse aos operacionais alcançar a criança. Recorde-se que estamos perante um buraco de mais de 100 metros de profundidade, mas com apenas 25 centímetros de diâmetro, uma abertura muito estreita para se trabalhar.
Conta o Diario Sur que os operacionais continuam a trabalhar ininterruptamente. Porém, a instabilidade no terreno obrigou a mudanças. Um dos planos passou a ser prioritário.
Em causa está o plano que passa pela construção de um túnel vertical, paralelo ao poço onde o menino caiu. Para tal, explica o mesmo jornal, os operacionais procuram construir uma plataforma a cerca de 30 metros da superfície. Uma autêntica "obra de engenharia civil", como destacou o especialista na matéria García Vidal à imprensa local. Após a plataforma montada, uma perfuração de 1.200 milímetros de diâmetro será feita para chegar à tal bolsa de ar onde Yulen estará.
O trabalho continua a ser feito em contrarrelógio. Yulen caiu ao poço às 13h do passado domingo. Cada hora é valiosa mas o terreno não ajuda. E as autoridades espanholas não querem correr o risco de uma derrocada surpreender equipas de resgate que têm de ir até lá ao fundo.
Se este plano resultar, será possível chegar até à tal bolsa de ar e saber de facto as condições em que o menino de dois anos e meio se encontra.
Entretanto, e apesar de ainda não termos chegado ao fim desta história, as autoridades agradecem a ajuda oferecida dos mais diversos cantos do mundo. No terreno estão operacionais a trabalhar dia e noite desde domingo. Estão, também, alguns empregados das centenas de empresas que se ofereceram para ajudar, entre elas a empresa sueca que conseguiu localizar os 33 mineiros chilenos que em 2010 se viram soterrados a 600 metros de profundidade.
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