Alta Comissária ONU condena violência contra manifestantes a Venezuela

A Alta Comissária das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, condenou hoje a violência e a repressão contra os manifestantes na Venezuela, de que resultaram nos últimos dias pelo menos 27 mortos e 350 detidos.

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Lusa
25/01/2019 11:04 ‧ 25/01/2019 por Lusa

Mundo

Michelle Bachelet

"Estou extremamente preocupada com a situação da Venezuela que pode perder rapidamente o controlo com consequências catastróficas", realçou Michelle Bachelet, em comunicado.

Segundo dados divulgados por organizações não-governamentais e autoridades locais, o número de mortos nos protestos subiu para 27.

No comunicado, Bachelet indicou que o seu gabinete recebeu informações da "detenção em massa de manifestantes -- mais de 350 esta semana, dos quais 320 num único, dia, a 23 de janeiro".

A Alta-Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos também solicitou uma investigação "aos acontecimentos" e um "diálogo imediato para abrandar a atmosfera tensa" no país.

"Qualquer incidente violento que resulte em mortes ou ferimentos deve ser submetido a uma investigação independente e imparcial para determinar se houve uso excessivo da força por parte das autoridades ou de grupos armados", salientou Bachelet.

A responsável das Nações Unidas para os Direitos Humanos pediu às autoridades venezuelanas, "especialmente às forças de segurança", para mostrarem moderação e respeitarem o direito de manifestar e exercer pacificamente a liberdade de expressão.

Bachelet também apelou aos líderes políticos venezuelanos que iniciem imediatamente conversações com vista a apaziguar as tensões e "encontrar uma solução prática de longo prazo para a persistente crise social, política e económica do país".

Em conferência de imprensa, um porta-voz do Gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos indicou que não está em contacto direto nem com Nicolás Maduro nem com Juan Guaidó.

Juan Guaidó, presidente do Parlamento venezuelano, autoproclamou-se na quarta-feira Presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.

Os Estados Unidos, a Organização dos Estados Americanos (OEA), a maioria dos países da América Latina, à exceção de México, Bolívia, Nicarágua e Cuba -- que se mantêm ao lado de Maduro, que consideram ser o Presidente democraticamente eleito da Venezuela -, já reconheceram Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela.

Rússia, China, Turquia e Irão manifestaram também o seu apoio a Nicolas Maduro.

A União Europeia defendeu a legitimidade democrática do parlamento venezuelano, sublinhando que "os direitos civis, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo do seu Presidente, Juan Guaidó, devem ser plenamente respeitados" e instando à "abertura imediata de um processo político que conduza a eleições livres e credíveis, em conformidade com a ordem constitucional".

Da parte do Governo português, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, expressou na quarta-feira pleno respeito pela "vontade inequívoca" mostrada pelo povo da Venezuela, disse esperar que Nicolás Maduro "compreenda que o seu tempo acabou" e apelou para a realização de "eleições livres".

Os Estados Unidos pediram uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, que deverá realizar-se este sábado, para abordar a situação na Venezuela.

A Venezuela, país onde residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes, enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.

 

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