O antigo presidente da Costa Rica e vencedor do Nobel da Paz em 1987, Óscar Arias Sánchez, está a ser acusado de agressão sexual, segundo o The New York Times. A acusação está a ser feita por Alexandra Arce von Herold, uma ativista anti-nuclear, que apresentou uma queixa contra o ex-chefe de Estado esta segunda-feira.
Sendo uma ativista do desarmamento nuclear, Alexandra Arce encontrou-se por diversas vezes com Óscar Arias Sánchez, que era um importante apoiante da sua causa.
Foi durante um desses encontros em 2014, na casa do antigo presidente, que Arce alega ter sido vítima de agressão sexual. A ativista afirma que Arias Sánchez aproximou-se por trás, tocou-lhe nos seios e colocou as mãos por debaixo da sua saia. Terá então utilizado os dedos para penetrá-la.
Alexandra Arce terá deixado de imediato a casa do antigo líder costa-riquenho. Ao longo dos anos terá partilhado esta situação com várias pessoas. O seu irmão refere que, nas semanas que se seguiram a esta alegada agressão, parecia que Alexandra Arce “sofria de stress pós-traumático. Ela não se sentia segura”.
Numa entrevista, a ativista revela que “congelou” naquele momento e que “não sabia o que fazer”. “Fiquei em choque. Aquilo nunca me tinha acontecido”, recorda. Alexandra Arce explica que não veio a público mais cedo acusar Óscar Arias Sánchez porque antes do movimento #metoo era impensável fazer uma acusação destas contra alguém tão poderoso como Arias Sánchez continua a ser no seu país.
Mas o momento decisivo para denunciar o caso foi quando assistiu às jovens ginastas da seleção olímpica norte-americana a testemunharem o médico da equipa, Larry Nassar. “Isso ajudou-me (…) Pensei que talvez, talvez, também pudesse ajudar outras pessoas”.
Num comunicado enviado ao The New York Times pelo seu advogado, Rodolfo Brenes, Óscar Arias Sánchez clama inocência. “Nego categoricamente as acusações feitas contra mim. Nunca agi de uma forma que desrespeitasse a vontade de qualquer mulher”.
Óscar Arias Sánchez foi presidente da Costa Rica em dois mandatos distintos – o primeiro entre 1986 e 1990 e o segundo entre 2006 e 2010 – e ganhou o Nobel da Paz por ter negociado um plano que ajudou a pôr termos às guerras civis na América Central.