O ciclone Idai afetou mais de 1,5 milhões de pessoas naqueles três países, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) e os governos dos três estados africanos, citados pela Agência France Presse.
A cidade da Beira, uma das maiores de Moçambique, com meio milhão de habitantes, foi a mais afetada pelo ciclone e no seu hospital central foram tratados mais de 400 feridos desde a noite de quinta-feira, segundo fonte daquela unidade.
A capital provincial está parcialmente destruída, continua sem eletricidade da rede pública e as comunicações são limitadas, acontecendo o mesmo noutras partes da província, o que está a dificultar as operações de socorro.
O levantamento do número de vítimas está por concluir, dado que há locais de difícil acesso devido à subida do nível dos rios.
O ciclone atingiu a Beira na quinta-feira, tendo seguido depois para Oeste, em direção ao Zimbabué e ao Malaui, afetando mais alguns milhares de pessoas, em particular nas zonas orientais da fronteira com Moçambique.
Casas, escolas, empresas, hospitais e esquadras ficaram destruídas. Milhares de pessoas foram afetadas pelas inundações e abandonaram os seus pertences na busca de segurança em terrenos mais elevados.
Agências da ONU e da Cruz Vermelha estão no terreno a ajudar, entre outras coisas, com o fornecimento de alimentos e medicamentos por helicóptero.
As Nações Unidas estimam que haja 600 mil pessoas afetadas no centro e norte de Moçambique, seja por terem ficado sem casa, alimentos e outros bens, ou por perderem o acesso a campos para cultivar e a serviços básicos.
Mais de um terço da população afetadas são crianças, calcula o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Naquele país morreram pelo menos 48 pessoas, de acordo com números atualizados hoje pelas autoridades moçambicanas.
As mortes resultam, sobretudo, do desabamento de casas e outras infraestruturas e afogamentos, de acordo com a informação divulgada pela televisão estatal, citando fonte do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC).
No Zimbabué o número de mortos registados é de pelo menos 31, de acordo com o governo local. As mortes ocorreram maioritariamente na zona montanhosa de Chimanimani, na fronteira com Moçambique, uma área turística.
Estradas e pontes desapareceram, o que dificulta os trabalhos de resgate.
Segundo o balanço mais recente do Departamento de Gestão de Riscos, no Malaui morreram pelo menos 56 pessoas e 80 mil estão deslocadas.