Assange deverá ser expulso da embaixada do Equador em "horas ou dias"

O fundador do WikiLeaks tem estado na embaixada do Equador em Londres desde 2012 onde procurou refúgio de uma possível extradição.

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Sara Gouveia
05/04/2019 08:02 ‧ 05/04/2019 por Sara Gouveia

Mundo

WikiLeaks

Julian Assange deverá ser expulso da embaixada do Equador em Londres numa questão de "horas ou dias", refere uma "fonte de alta importância" citada pelo WikiLeaks. O fundador do WikiLeaks tem estado a viver na embaixada do Equador em Londres, desde 2012, depois de lá ter procurado refúgio quando um juiz britânico decidiu que deveria ser extraditado para a Suécia para enfrentar alegações de assédio sexual.

O país desistiu do caso em 2017, mas Assange mantém-se na embaixada com medo de ser extraditado para os EUA onde enfrenta acusações relacionadas com a publicação de documentos governamentais norte-americanos de conteúdo sensível na página do WikiLeaks.

Além disso, a Polícia Metropolitana tem ainda um mandado pendente sobre si por ter fugido às autoridades quando foi libertado sob fiança em 2010, por isso quando sair dos terrenos da embaixada deverá ser provavelmente detido.

Na noite de quinta-feira, a página da organização alegou que uma fonte do departamento de estado do Equador tinha garantido que o australiano seria expulso, refere a Sky News. Numa publicação de blog, afirmaram ainda que a decisão era uma tentativa do presidente equatoriano, Lenín Moreno, de encobrir atividades relacionadas com o uso do paraíso fiscal criado pelo seu irmão, Edwin Moreno, conhecido como os INA Papers. O advogado de Assange garantiu que o cliente não está relacionado com a libertação desses documentos.

Mas um alto-cargo do governo equatoriano, questionado pela Associated Press, garantiu que nenhuma decisão tinha sido feita para expulsar Assange. O ministro dos Negócios Estrangeiros do país, em comunicado, disse que "não comentar sobre rumores, teorias ou conjeturas que não sejam apoiadas por documentos".

Recorde-se que em outubro do ano passado, o fundador do Wikileaks tinha levado uma queixa a tribunal de que a embaixada estava a violar os seus "direitos humanos fundamentais" e que vivia numa "situação desumana, mas sem sucesso.

Anteriormente a essa situação, era o governo quem se queixava. Afirmavam ter sido obrigados a bloquear a internet e rede de telemóvel porque Assange tinha quebrado "um compromisso escrito" de não interferir com a política estrangeira do país e que este tinha causado danos no edifício da embaixada, onde ocupava mais de um terço do espaço, ao jogar futebol e andar de skate.

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