"Dezenas de milhares [de pessoas] foram vítimas de desaparecimentos forçados pelo Governo sírio. Muitas outras pessoas estão desaparecidas" após o sequestro por grupos armados anti-regime ou 'jihadistas', indica um comunicado conjunto assinado pela Amnistia Internacional e pela Human Rights Watch (HRW).
"Centenas morreram detidas, sob tortura ou maus-tratos", acrescentaram as duas ONG.
Cerca de 200 mil pessoas estão desaparecidas num país devastado pela guerra desde 2011, segundo o Observatório Sírio para Direitos Humanos (OSDH).
O comunicado apela à comunidade internacional a "pressionar" os beligerantes e os seus aliados externos - em particular Moscovo e Ancara - para "revelarem os nomes, o destino e o local das pessoas que foram vítimas de desaparecimentos forçados ou sequestros, executadas extrajudicialmente ou que morreram sob custódia".
As oito ONG, incluindo grupos da sociedade civil síria no exílio, pedem que "os corpos das vítimas" sejam devolvidos às famílias e que sejam informadas "sobre as circunstâncias do seu desaparecimento e da sua morte".
Nos últimos meses, defensores dos direitos humanos acusaram as autoridades de Damasco de atualizar discretamente os registos de estado civil, tornando públicas centenas de mortes que remontam a 2013.
As forças do Governo de Bashar al-Assad e os seus aliados, apoiadas pela aviação russa, intensificaram nos últimos dias as operações contra grupos opositores e islamitas no norte de Hama e sul de Idlib.
A Síria está desde 2011 a viver uma guerra que já provocou mais de 370 mil mortos, além de milhões de deslocados e refugiados.