Número de mortos em conflitos na Costa do Marfim sobe de 11 para 14

O número de mortos nos conflitos étnicos na região central na Costa do Marfim, em maio, subiu de 11 para 14 mortos, tendo sido detidas 22 pessoas, anunciou hoje o procurador da Justiça de Bouaké, Braman Koné.

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Lusa
03/06/2019 22:40 ‧ 03/06/2019 por Lusa

Mundo

Violência

"Em termos de mortes, é com pesar que passamos de 11 para 14 mortos", anunciou afirmou Koné em conferência de imprensa, acrescentando: "Temos agora 22 pessoas detidas".

Entre os detidos, Koné referiu estar o responsável da comunicação da prefeitura, Konan Saint Rodolphe, "líder de opinião bem conhecido em Béoumi, e que desempenhou um papel determinante nesta crise".

"Ele utilizou as redes sociais para disseminar informação falsa, racista ou tribalista, com o único propósito de colocar a comunidade baoulé contra a malinké. As suas várias publicações tiveram um impacto que resultou no regresso dos confrontos", sublinhou o procurador.

Em 15 de maio, uma briga entre um motorista de um táxi malinké e um motorista de mototáxis baoulé em Béoumi, uma cidade a 60 quilómetros a oeste de Bouaké, iniciou uma onda de confrontos que matou 14 pessoas, feriu mais de uma centena e provocou 300 deslocados.

"Houve uma briga entre dois irmãos, um motorista malinké [dioula] e um baoulé, [motorista] de mototáxi. Esta briga levou a acreditar que o baoulé estava morto e foi isso que fez com que as coisas degenerassem", explicou na altura o ministro da Comunicação e porta-voz do Governo, Sidi Touré Tiemoko, nativo do local e membro eleito do distrito, durante uma visita a Béoumi.

Os confrontos intercomunitários, muitas vezes mortais, são comuns na Costa do Marfim, país cuja população, de 22 milhões de pessoas, se distribui por dezenas de grupos étnicos, além de uma grande comunidade estrangeira.

Transportes e disputas de terras são dois dos principais fatores que originam estes conflitos étnicos.

 

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