O objetivo é, "numa primeira fase, a construção de uma central solar e numa segunda, uma míni-hídrica aproveitando os recursos hídricos que existem na ilha", disse à Lusa o diretor das relações internacionais da EDP, Guilherme Pereira.
Uma missão das Energias de Portugal reuniu-se no final da tarde de sexta-feira com vários membros do governo, representantes de várias instituições incluindo as empresas são-tomense de Água e Eletricidade (Emae) e a Agência Geral de Regulação (Ager) para analisar o projeto.
"Foi uma reunião muito agradável em que o senhor primeiro-ministro [Jorge Bom Jesus] está a promover um diálogo franco porque nós estamos disponíveis para ajudar e para investir nesse projeto", disse o responsável que se "disponibiliza em levar o acesso a eletricidade a toda a população e obviamente aos negócios e novos negócios, que se vão instalar na Região Autónoma do Príncipe".
De acordo com esse responsável, o projeto da EDP para a construção destas duas centrais na ilha do Príncipe faz parte de um acordo de desenvolvimento conjunto já celebrado com o governo do ex-primeiro-ministro Patrice Trovoada, que não avançou.
"Realmente tem sido um pouco difícil o diálogo", lamentou Guilherme Pereira: "As pessoas também mudaram dentro das entidades, das estruturas, mas estamos num bom caminho ", sublinhou.
O documento que foi ratificado pelo atual governo visa "trazer uma solução limpa e sustentada com base nas energias renováveis, para a ilha do Príncipe".
Guilherme Pereira explicou que se trata de um primeiro projeto-piloto a ser desenvolvido nesse domínio. Depois, "contamos poder vir a ser replicado também em São Tomé, onde há mais pessoas e porventura, mais necessidade de energia".
"Temos que definir muito bem e chegar a um acordo sobre questões muito importantes, como as tarifas e todo o enquadramento deste projeto", explicou o diretor para as relações internacionais da EDP, que disse ter saído "satisfeito" do encontro por causa da "abertura e avanço" conseguidos nas conversações de sexta-feira.
O projeto das centrais já está dimensionado, faltando agora "trabalhar todos em conjunto para o fechar e definir muito bem o que vamos fazer, como vamos fazer e quando. Desejavelmente gostaríamos que fosse o mais rápido possível, para benefício de todos".
"Correndo tudo bem e testadas várias tecnologias de ponta e plataformas que pensamos trazer, é depois para ser replicado", disse Guilherme Pereira.
Depois das duas centrais estarem concluídas, os geradores diesel, que agora servem a ilha, só entrarão em atividade "se houver necessidade e urgência".