Rússia voltou a negar interferência nas eleições dos EUA em 2016

A Rússia negou mais uma vez qualquer interferência nas eleições presidenciais dos EUA em 2016, momentos antes de se iniciarem as audições, no Congresso norte-americano, do procurador que investigou o caso.

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Lusa
24/07/2019 15:24 ‧ 24/07/2019 por Lusa

Mundo

EUA/Rússia

O Congresso dos EUA iniciou esta manhã a audiência ao procurador especial Robert Mueller, responsável de uma investigação sobre suspeitas de conluio entre a equipa da campanha do então candidato Donald Trump e o Governo russo para interferir no resultado das eleições presidenciais de 2016.

O governo russo voltou hoje a rejeitar o relatório dessa investigação, que não concluiu a existência de conluio, mas apontou para a existência de interferência russa nas eleições, através de ações de disseminação de informações através das redes sociais.

Não há "evidências de que a Rússia tenha tentado interferir" no processo eleitoral dos EUA, disse hoje o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Ryabkov, contrariando a versão de Mueller.

Ryabkov também negou as alegações feitas recentemente pelo diretor do FBI, Christopher Wray, segundo as quais Moscovo está a preparar-se para interferir no processo das eleições presidenciais de 2020.

O chefe da diplomacia russa acrescentou que a Rússia seguirá com muita atenção a audiência de Robert Mueller, que hoje se apresenta perante duas comissões de inquérito na Câmara de Representantes.

"Naturalmente, vamos estar atentos, para ver se o que é dito difere do que está no relatório", explicou Ryabkov.

Robert Mueller deu uma conferência de imprensa, em abril passado, após a apresentação do relatório da investigação, dizendo que se fosse interrogado no Congresso se limitaria a reafirmar o que tinha escrito nesse documento, nada acrescentando de novo.

Quem afirmou não estar interessado em seguir a prestação que ele hoje fará no Congresso é o Presidente Donald Trump, que se referiu a estas sessões como "jogo" político e uma "perda de tempo".

Trump referiu-se por várias vezes à investigação desenvolvida por Robert Mueller como uma "caça às bruxas" e, hoje de manhã, utilizou a sua conta pessoal na rede social Twitter para criticar o facto de o procurador especial estar acompanhado por um advogado, que acusou de ser um opositor Democrata, para o "ajudar com as suas respostas".

No relatório, Mueller descreveu os esforços russos para ajudar a campanha de Donald Trump, em 2016, mas acrescenta não ter provas de existência de conluio entre Moscovo e os assessores do candidato Republicano.

Nas audiências de hoje, no Congresso, Mueller está a ser requisitado para esclarecer a falta de evidências de conluio e para ser interrogado sobre a colaboração dada pela Casa Branca para a investigação, para detetar sinais de obstrução à justiça, o que poderia ser razão suficiente para iniciar um processo de destituição do presidente.

Leia Também: Departamento de Justiça pede a Mueller que limite testemunho no Congresso

 

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