Tribunal adia julgamento de líder xiita ausente por razões de saúde

Um tribunal nigeriano adiou hoje o julgamento do líder xiita Ibrahim Zakzaky por uma semana, até 05 de agosto, depois de este ter faltado aos procedimentos marcados para esta segunda-feira por "razões de saúde".

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Lusa
29/07/2019 20:18 ‧ 29/07/2019 por Lusa

Mundo

Ibrahim Zakzaky

Segundo os 'media' locais, Ibrahim Zakzaky, líder do Movimento Islâmico da Nigéria (IMN), e a sua mulher, Zinnat, não estiveram hoje no tribunal de Kaduna (norte) por razões de saúde.

De acordo com o advogado do líder do IMN, Femi Falana, o estado de saúde de Zakzaky está "muito mal" e que este não era capaz de "subir os degraus", tendo ainda sublinhado que o juiz concordara com a sua ausência e com o adiamento do julgamento.

Os advogados de Ibrahim Zakzaky exigiram a libertação do líder xiita sob fiança para que possa ser tratado na Índia, defendendo que este não recebe cuidados médicos adequados desde a sua detenção, em 14 de dezembro de 2015, segundo o diário nigeriano The Punch.

Femi Falana referiu que Zakzaky continua com projéteis de bala de há quatro anos que precisam de ser retirados do seu corpo.

"Os projéteis resultaram numa infeção por chumbo e precisam de ser retirados urgentemente por pessoal médico extremamente qualificado", defendeu o advogado.

O pedido foi contestado pelo procurador Dari Bayero que, junto dos jornalistas, defendeu existirem instalações médicas suficientes na Nigéria para o tratamento de Zakzaky.

A Comissão Islâmica dos Direitos Humanos, com sede em Londres, refere que o advogado do líder xiita assinalou o caso de um detido na prisão de Ikoyi, a quem foi negado um pedido de caução.

"Mas foi-lhe permitido viajar até à Índia por razões médicas, ainda assim foi tarde demais para o salvar", diz a comissão.

Segundo esta entidade, Falana "alertou que a morte do 'sheik' sob a custódia das forças de segurança pode ser um desastre para a Nigéria".

No domingo, o Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, anunciou a interdição da atuação do IMN, após uma série de mortos em conflitos na capital do país, Abuja.

"O Governo devia agir perante a situação antes que se perdesse o controlo, depois de já ter advertido, por numerosas vezes, que as pessoas não se devem servir da religião para não respeitar as leis", declarou então Buhari, num comunicado.

Até domingo, o número de vítimas mortais cifrava-se em oito, sendo que a mais recente morte foi a de um jornalista nigeriano baleado na segunda-feira passada (22 de julho), enquanto fazia a cobertura de uma manifestação.

O Comité para a Proteção dos Jornalistas apelou às autoridades nigerianas para que abram uma investigação para determinar o responsável pela morte do repórter.

Pelo menos outros seis membros do IMN e um polícia morreram durante as manifestações que pediam a libertação de Zakzaky.

Segundo o porta-voz do IMN, entre as fileiras dos xiitas contam-se 11 mortos.

"Um grande número de pessoas foi atingido. Posso confirmar 11 mortos e 30 feridos", disse Ibrahim Musa, adiantando que a polícia recolheu os corpos.

A Amnistia Internacional apelou às autoridades para que acabem com o uso de violência na repressão das manifestações.

"As forças de segurança disparam balas reais contra as pessoas que exercem apenas a liberdade de expressão", lamentou a organização de defesa dos direitos humanos.

Os militantes do IMN manifestam-se quase diariamente nas ruas de Abuja para pedir a libertação do seu líder, Ibrahim Zakzaky, preso desde dezembro de 2015.

O movimento, que conta com milhares de simpatizantes, contesta há anos as autoridades nigerianas e as suas manifestações são frequentemente reprimidas de forma violenta.

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