Amazónia: Bolsonaro diz que passou de "capitão motosserra" a "Nero"

O presidente brasileiro abordou a fama que tem de estar a contribuir para a destruição da Amazónia, no dia em que foram revelados números recorde de incêndios na floresta tropical.

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© Reuters

Fábio Nunes
21/08/2019 12:00 ‧ 21/08/2019 por Fábio Nunes

Mundo

Jair Bolsonaro

Bolsonaro queixou-se esta quarta-feira da fama que tem granjeado por causa da destruição da floresta na Amazónia. Em declarações aos jornalistas à saída do Palácio da Alvorada, Jair Bolsonaro disse que passou da alcunha de “capitão motosserra” para ser agora apelidado de “Nero”, isto depois de terem sido divulgados números recorde de incêndios na Amazónia este ano.

“Agora estou a ser acusado de incendiar a Amazónia. Nero! É o Nero a incendiar a Amazónia”, atirou o líder brasileiro numa alusão ao infame imperador romano, a quem é atribuída a responsabilidade por um incêndio que destruiu Roma.

O presidente comentou ainda as sugestões de que devia enviar o exército para a Amazónia para ajudar no combate aos incêndios. “O pessoal está a pedir para eu enviar o exército para combater o incêndio. Alguém sabe o tamanho da Amazónia?”, questionou.

“A distância entre os pelotões de fronteira é de 200 quilómetros, os que estão mais perto. Vamos pôr quantas pessoas a apagar o fogo na Amazónia? Meu Deus do céu! É época de queimadas lá. Aquilo que estão a aproveitar agora é que está tudo a mudar e eu estou a incendiar a Amazónia”, realçou Bolsonaro.

Esta quarta-feira foram divulgados dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que destacam o número recorde de incêndios naquele país. Entre janeiro e agosto deste ano, o Inpe registou mais de 72 mil incêndios no Brasil - mais de metade na Amazónia -, um aumento de 84% quando comparado com o período homólogo. Só no espaço de uma semana houve cerca de 9 mil incêndios na floresta que é considerada o pulmão daquele país.

No início deste mês, o governador do Amazonas decretou a situação de emergência no sul do Estado e na região de Manaus. A situação de emergência foi decretada devido ao “impacto negativo da desflorestação ilegal e das queimadas não autorizadas”, as mesmas que foram referidas por Jair Bolsonaro nas suas declarações.

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