"O crime existe, e isso aí nós temos que fazer o possível para que esse crime não aumente, mas nós tiramos dinheiros de ONG. Dos repasses de fora, 40% ia para as ONG. Não tem mais. (...) De forma que esse pessoal está sentindo a falta do dinheiro", disse Bolsonaro, à saída do Palácio da Alvorada, em Brasília.
O Presidente brasileiro disse também que achava estranho os incêndios deflagrarem em diversas áreas da Amazónia e, por isso, acredita que poderiam fazer parte de um alegado plano orquestrado para prejudicá-lo, embora não tenha apresentado qualquer prova para fundamentar as suas suspeitas.
"Então, pode estar havendo, sim, pode, não estou afirmando, ação criminosa desses 'ongueiros' [pessoas que trabalham em ONG] para chamar a atenção contra a minha pessoa, contra o Governo do Brasil. Essa é a guerra que nós enfrentamos", acrescentou.
O chefe de Estado voltou a afirmar que as ONG que atuam na proteção do ambiente no Brasil estariam ao serviço de "interesses estrangeiros".
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), com base em imagens de satélite, indicam que as queimadas no Brasil aumentaram 82% de janeiro a agosto deste ano, em comparação com o mesmo período de 2018.
Na segunda-feira, uma nuvem de fumo produzida por queimadas no Paraguai, Bolívia e também na região amazónica dentro do território do Brasil, transformou o dia em noite na cidade de São Paulo, onde o céu pareceu escurecer pouco depois das 15h00 locais.