"De acordo com as informações de que disponho, [os 24 marines] estão a ser transportados de autocarro", referiu o advogado Nikolaï Polozov, acrescentando que se espera que cheguem à Ucrânia "nas próximas horas".
Na quinta-feira o Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou a conclusão para breve de uma troca "em grande massa" de prisioneiros com a Ucrânia, uma medida que assinala um declínio nas tensões entre os dois países.
"Estamos a aproximarmos da finalização das negociações", indicou Putin no Fórum Económico do Oriente que decorre na cidade portuária russa de Vladivostok, acrescentando que "a troca será em grande massa" e que a sua data "será conhecida em breve".
"Será uma normalização completa das nossas relações. É inevitável. Somos duas partes da mesma pessoa", referiu o Presidente russo.
Dois autocarros foram vistos a sair hoje da prisão de alta segurança de Lefortovo, em Moscovo, marcando o início desta troca de prisioneiros entre os dois países. As imagens foram transmitidas em direto pela televisão estatal russa.
Em julho, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, propôs à Rússia trocar o cineasta ucraniano Oleg Sentsov, condenado a 20 anos de prisão por Moscovo, pelo jornalista Kirill Vyshinskiy julgado por "alta traição" em Kiev.
No entanto, no passado dia 28 de agosto, um tribunal ucraniano libertou o jornalista Kirill Vyshinskiy, que estava detido há mais de um ano.
Kirill Vyshinskiy, de dupla nacionalidade ucraniana e russa, coordenador da redação de Kiev da agência estatal russa RIA-Novosti, estava detido desde que tinha sido julgado e condenado por acusações de traição, em maio de 2018, tendo agora saído em liberdade condicional.
Vários meios de comunicação e autoridades ucranianas avançaram nas últimas semanas que a troca de prisioneiros - cerca de trinta de cada lado - entre Moscovo e Kiev, a primeira em vários anos, poderia ser realizada em breve e incluir os 24 marinheiros ucranianos detidos na Rússia, após um incidente naval em novembro passado.
O conflito entre os dois países intensificou-se em 2014, quando a Rússia anexou a península da Crimeia. Desde então, dezenas de ucranianos e de russos foram detidos por acusações de traição ou de incitamento ao separatismo.
Desde quarta-feira que Vladimir Putin, Presidente da Rússia, Shinzo Abe, primeiro-ministro do Japão, Narendra Modi, Presidente da Índia e Mahathir Mohamad, primeiro-ministro da Malásia, participam no Fórum Económico do Oriente que decorre em Vladivostok e que termina na sexta-feira.