"Os curdos podem estar a libertar alguns deles para nos forçar a um envolvimento", escreveu hoje Donald Trump, na sua conta pessoal da rede social Twitter, referindo-se às notícias de fugas de centenas de combatentes do grupo jihadista do Estado Islâmico que ficaram sob custódia das milícias turcas na Síria, após o anúncio do abandono das tropas norte-americanas da região.
O Presidente dos Estados Unidos sugere que os curdos podem estar a tentar criar um engodo para provocar um regresso dos militares norte-americanos, respondendo que a tarefa de recuperação dos presos fugitivos já não é da sua responsabilidade.
Em igual sentido, o ministro da Defesa turco, Hulusi Akar, acusou hoje as milícias curdas de terem "esvaziado" uma prisão no norte da Síria, onde estavam detidos centenas de militantes do Estado Islâmico, antes da chegada das forças da Turquia.
....Kurds may be releasing some to get us involved. Easily recaptured by Turkey or European Nations from where many came, but they should move quickly. Big sanctions on Turkey coming! Do people really think we should go to war with NATO Member Turkey? Never ending wars will end!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 14 de outubro de 2019
A incursão turca no norte da Síria, na sua luta contra as milícias curdas, que consideram ser um grupo terrorista, está a provocar o espetro de um ressurgimento do Estado Islâmico, com o receio fundado de fuga de muitos dos combatentes do grupo jihadista.
"Podem ser facilmente recapturados pela Turquia ou pelas nações europeias, de onde muitos vieram, mas devem agir rapidamente", aconselhou Donald Trump, que voltou a pedir sanções contra o Governo turco, pela ofensiva que desencadeou contra as milícias curdas no nordeste da Síria.
Trump disse também que os Estados Unidos não se voltarão a envolver em "guerras que não terminam", acrescentando que não compreende como há pessoas a pedir para os EUA entrarem num conflito contra a Turquia, um aliado da NATO.