Ao longo de quarta-feira, responsáveis dos dois lados foram dando conta de grandes progressos nas discussões com vista a uma saída 'ordenada' do Reino Unido da União Europeia em 31 de outubro próximo, considerando mesmo que um acordo poderia estar iminente, uma perceção que ao final da noite ainda não se tinha traduzido no texto jurídico de que os chefes de Estado e de Governo dos 27 necessitam para dar o seu aval.
As complexas negociações "até ao último minuto" em busca de um acordo para o 'Brexit' dominam por completo o Conselho Europeu, tendo mesmo levado ao invulgar adiamento, para o próprio dia do início da reunião, do habitual 'briefing' dado na véspera pelos serviços do Conselho, assim como à ausência da divulgação da tradicional carta-convite de Donald Tusk aos chefes de Estado e de Governo a dar conta da ordem de trabalhos e objetivos.
Da agenda da cimeira, que se prolonga até à tarde de sexta-feira, constam no entanto diversos outros assuntos 'quentes' da atualidade, como discussões sobre Síria e Turquia à luz dos atuais acontecimentos, as negociações sobre o próximo quadro financeiro plurianual da União pós-2020 (o orçamento da UE 2021-2027) e, a nível de alargamento, a eventual abertura de negociações de adesão com Macedónia do Norte e Albânia.
Portugal está representado na cimeira pelo primeiro-ministro indigitado, António Costa, que hoje de manhã, antes dos inícios dos trabalhos do Conselho, vai reunir-se com o presidente cessante da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, num encontro bilateral de trabalho que servirá também de 'despedida'.
Fonte oficial indicou à Lusa que o encontro realiza-se por solicitação de António Costa, que quis reunir-se com Juncker antes que este cesse funções como presidente do executivo comunitário -- o que deverá suceder no final no corrente mês -, num gesto que reflete o bom relacionamento que o Governo teve com a atual Comissão, e com o seu presidente em particular.